Educar para a autonomia
Estava eu em frente a uma escola de Ensino Maternal e Fundamental e observa pais e mães que chegavam trazendo seus filhos para a aula.
Vi um pai que abriu a porta do carro para seus dois filhos saírem.
Eles pareciam que tinham entre três e quatro anos. Os dois, cada um com uma mochila, destas com rodinhas. O pai, pacientemente observava seus filhos saírem e em nenhum momento os auxiliou. Eles caminharam até o portão da escola arrastando suas mochilas pelo chão com as rodinhas. Mais uma vez ele abriu o portão para as crianças passarem e beijou-as enquanto a professora veio recebê-los.
Pouco atrás, uma mãe para o carro e vai apressada para o outro lado abrir a porta para o filho que já tem cerca de 10 anos. Ela abre a porta, pega a mochila do filho, carrega nas costas, ajuda o filho a sair do carro e vai caminhando apressada e um pouco torta para a entrada da escola com o peso da mochila às costas .
Neste momento não pude deixar de comparar as duas atitudes tão diferentes de exemplo. O pai, a meu ver, ensinava as crianças a serem independentes, na medida que os deixava fazer o que eles eram perfeitamente capazes de executar.
A mãe, não sei porque motivos, acha que tem que carregar a mochila do filho, que não é responsabilidade sua. Ou seja, é como se dissesse para ele com seu gesto que ele é incapaz de tomar conta das próprias coisas.
Creio ainda que esta forma de agir, deixa a mulher e mãe mais estressada, pois se não delegamos, sobrecarregamos-nos. Por quê? Talvez seja essa cultura em que a mulher pensa que tem que cuidar de tudo e que os outros não farão como ela. Impede assim que os filhos cresçam, amadureçam e não sofram com as dificuldades da vida.
Além do que, até mesmo a auto estima é afetada, pois quando enfrentamos nossos problemas, por menores que sejam, tomamos coragem de enfrentar outros maiores e ver que podemos vencê-los, não somos tão fracos assim como muitos querem que pensemos.
Meditem nisso mulheres, mesmo que ache difícil para seu filho executar certas tarefas, oriente e esteja por perto se ele precisar, mas não faça por ele, não tire dele a oportunidade de aprender. Assim, todos ganham.