QUASE SEMPRE (Phellipe Marques)

Quase sempre o brilho é imperceptível.

Está nas notas, não na canção.

Nos detalhes, não na profusão.

Quase sempre o fechar dos olhos.

O sonhar para além de nós.

Quase sempre o sonho é indecifrável.

Nem todos podem ouvi-lo, nem mesmo tocá-lo, senti-lo.

Quase sempre é um dizer baixinho, um sussurro, um quarto escuro, um som inaudível.

Centelha.

Letras.

Rimas de amor.

Quase sempre é o sentir, não o falar, não o pintar.

É a inspiração, não o poema.

É a essência, não o material.

É o nosso amor, não o que dizem.

É o meu coração, não o que faço.

Quase sempre é a eternidade, não o imediato.

O clássico, não o vendável.

Quase sempre é o amor, não o desejo.

É o sonho, não a proximidade deste.

É um pulsar, não o transcorrer.

É a estrada, não o encontro.

Quase sempre é o eterno.

O resumo das óperas de amor.

Eterno.

Eterno.

Suavidade das estações.

Colheita das sementes da pureza.

Síntese.

Origem.

Essência
Phellipe Marques
Enviado por Phellipe Marques em 01/07/2013
Reeditado em 01/07/2013
Código do texto: T4366834
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