Be yourself, no matter what they say*
Dentro de mim mora uma escritora ‘brilhante’, toda vez que eu começo a escrever ela sai; sem pena vai embora e me deixa com a pena na mão, entre os dedos, com a alma perdida no horizonte do papel. Aí tenho que me ver só, comigo mesma e com meu jeito pobre e coloquial de escrever. E há tempos eu queria deixar uma nota sobre isso: a inutilidade das comparações. Luta diária é fugir delas, ainda mais num mundo em que o ‘ser’ é nada diante de tanta ‘exibição’. Ao invés de ficar me comparando a uns e outros, aprendi desde cedo que ganhava muito mais ao trilhar meus próprios caminhos, tentando descobrir quem sou e desenvolvendo o que tenho de bom, o que tem todo mundo, aliás: algo ‘único’ dentro de si pois todos somos distintos. Esse foco nas próprias idéias pode até ser mal-interpretado como egoísmo, mas não vejo as coisas assim. Independente dos efeitos dos feitos de Colombo para o mundo, admiro-o por ter nadado contra fortes ‘correntes’ de seu tempo e ter fincado pé no que acreditava existir ‘do lado de lá’, onde as correntes marítimas de bom grado o levaram. Por isso é que quando vejo a minha filha brigando comigo para defender o seu ‘ponto de vista’, só peço a Deus que a conserve assim. E vejo, onde vivo, que várias pessoas evitam comparações entre crianças e saem de mansinho com a frase: “É cada de um de jeito, ninguém é igual” e eu acho isso lindo! Por essas e por outras é que tento (ten-to!) ignorar certas coisas e vou seguindo, do meu jeito, o meu caminho ‘no rumo da venta’, como se diz no Maranhão.
*"Be yourself, no matter what they say"
(Seja você mesmo, não importa o que digam)
Trecho extraído da canção Englishman in New York, Sting, 1987
Álbum: ...Nothing Like the Sun
Crônica originalmente publicada no Bluemaedel:
bluemaedel.blogspot.com