Hipocrisia e Brasilidade
(EM 01 DE JULHO DE 2013)
Segunda-feira campeã. Sinto-me melhor. Não posso negar. Os problemas, as injustiças, as desigualdades do meu país não se amenizaram. Mas, as minhas esperanças parecem se alargar, enquanto o céu fica mais azul. Enxergo outros cenários, com o rosto pintado de verde e amarelo. Sou brasileiro!
Eu gosto de futebol. Diferentemente dos não-românticos, através do esporte, encarno minha autoestima, entendo-me como parte de uma grande nação vencedora. Misturo esporte, emoção, musicalidade, alegrias, angústias e tristezas. Identifico-me com a ginga dos nossos malabaristas gladiadores, a batalha leal desses brincantes da bola, com os seus gols e vitórias entusiasmadoras.
Torci, a cada jogada. Arrepiei-me com o hino cantado, até no decorrer da partida. Arrepiei-me com a vibração, com o empenho de cada jogador. Admirei os craques, tocando a bola, exibindo a sua capacidade quase artística. Para mim, a Espanha não era a melhor seleção de futebol do mundo. Era uma pobre vítima de minha brasilidade. Como qualquer outra, pereceria nessa noite de domingo.
Algum suspiro de hipocrisia talvez tente esconder meu sentimento ufanista. Mas, neste momento, desejo apenas afirmá-lo. Como já disse, sou brasileiro. Sou assim.
(EM 01 DE JULHO DE 2013)