Psicotrópicos ? Eu, hein ?

Romeu Prisco

Agora quero distância dos psicotrópicos, até mesmo dos inocentes Lexotan e Prozac. Vai que eles me induzam à uma "súbita mudança de comportamento" e eu passe a escrever elogios a Gerald Thomas ! Ou passe a aplaudir a rápida reforma ministerial do Presidente Lula e a ressaltar a excelente qualidade dos ocupantes indicados ou mantidos nos cargos ! Ou passe a achar que o nosso mandatário nº 1 está tentando resolver com sabedoria incomum o problema gerado pelos controladores de vôos. Ou, finalmente passe a assimilar os altos e nobres objetivos de Bush, que o levaram à heróica e corajosa invasão do Iraque.

Como se vê, ainda que com ironia, estou imaginando o que poderia acontecer se a reação adversa medicamentosa provocasse uma "súbita mudança benigna de comportamento", se os pacientes, quase sempre abonados, ao invés de "surrupiarem", passassem a dividir seus bens, alimentos e roupas com os pobres e carentes, de modo até a causar preocupação aos seus herdeiros. Estes, com certeza, iriam pleitear em juízo a interdição dos "perdulários"...

Nessas condições, e voltando ao parágrafo inicial desta crônica, não seria de todo impossível e nem ficaria mal se os personagens daqueles exemplos, após ingerirem uns "psicotropicozinhos", que lhes provocassem "súbita mudança benigna de comportamento", passassem a agir de maneira radicalmente oposta.

Gerald Thomas se retrataria e pediria desculpas pelas asneiras que escreveu contra São Paulo. O Presidente Lula reconheceria que errou ao perder tanto tempo para efetuar a reforma ministerial, tempo esse que poderia ter sido melhor aproveitado se trabalhasse pela nação e, ainda, admitiria não ter escolhido as pessoas mais capacitadas para composição do seu "staf". Lula também se penitenciaria por ter, como "comandante-chefe das forças armadas", colocado em xeque a hierarquia da Aeronáutica, ao impedir a aplicação do estatuto militar para conter a insubordinação dos sargentos controladores de vôos.

Quanto a Bush, bem, o xerife texano, genocida e terrorista nº 1 do mundo, merece um capítulo à parte. Depois do ingerir uma dose cavalar de bromazepan, misturado com diazepan, fluoxetina e outras substâncias similares, Bush, numa "súbita mudança benigna de comportamento", faria o seguinte:

1) determinaria a imediata retirada das "forças de coalisão" do Iraque e devolveria o comando do país à sua população;

2) obteria do congresso americano, em caráter de urgência, uma verba de 2 (dois) trilhões de dólares, que seria totalmente empregada na recuperação do Iraque;

3) renunciaria à Presidência dos EUA, converter-se-ia ao islamismo, mudaria defintivamente para o Iraque, onde passaria o resto dos seus dias como servidor braçal da construção civil, cumprindo jornada de trabalho de 12 (doze) horas, com direito a apenas uma folga semanal, casa e comida, sem prejuízo de submeter-se, periodicamente, a testes de conhecimento do Alcorão, sob pena de levar 10 (dez) chibatadas nas costas, para cada resposta errada às 50 (cinqüenta) perguntas.

No mais, que Allah se apiedasse da sua alma.

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