A INVEJA.
Recentes acontecimentos, para mim inexplicáveis, levaram-me a pesquisar sobre esse vocábulo, aparentemente simples, mas que carrega em seu bojo um dos mais terríveis pecados da humanidade; a inveja.
Aprendi, de pronto, que há dois tipos de inveja; um bom que é aquele que a pessoa diz "caramba ele conseguiu o que queria, mas ele merece e eu gostaria de estar no seu lugar" e o outro, mau, que resmunga com voz agourenta - "não sei o que as pessoas acham de bom nessa nulidade e esquecem de mim, que sou um gênio".
A procura do homem pela notoriedade é legítima e inerente ao ser vivente.
Quem, de mente sã, escolheria a obscuridade ao reconhecimento da sociedade?
Mas há que cuidar para que essa escalada não seja fruto do pisoteamento dos que porventura, e merecidamente, estejam à sua frente.
A maledicência, o escárnio, a ironia, o opróbrio, são armas torpes, que, em algum momento, podem alcançar seu intento, mas não resistirão ao tempo.
Prevalecerá, sempre, o que tiver legítimo valor e o reconhecimento desse valor será, sem dúvida, amplo e irrestrito; aos obscuros restará a triste sombra do esquecimento.
Como moldura para esta minha triste crônica, transcrevo, a seguir, o pensamento de grandes pensadores da nossa história:
- É tão natural destruir o que não se pode possuir, negar o que não se compreende, insultar o que se inveja. (Balzac)
- Há poucos homens capazes de prestar homenagem ao sucesso de um amigo, sem qualquer inveja. (Ésquilo)
- A inveja é assim tão magra e pálida porque morde e não come. (Francisco Quevedo)
Poderíamos ir mais longe, muito mais!
Mas esse não é o meu objetivo. A inveja má continuará existindo, assim como o bem e o mal - um só permanecerá enquanto o outro existir, mas, talvez, consigamos atingir alguma alma e fazê-la repensar, o que já será um grande avanço.
Vale, para arrematar, com a citação do mui querido Mario Quintana:
"Não te irrites, por mais que te fizerem,
Estuda, a frio, o coração alheio,
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio".
( não deixe de ler, assiduamente, o colega Seminale)