SANTOS (OUTRA VEZ)
As chuvas de janeiro não permitiram que visitássemos as belezas de Santos como havíamos planejado, então aproveitando o feriadão de Corpus Christi, fomos terminar o passeio que é encantador em todos os sentidos.
Felizmente nosso receio de que a estrada estivesse bloqueada pelos caminhões que transportam a soja para exportação através do porto, que nos últimos dias tinha-se transformado num verdadeiro inferno (apesar da avenida ter o nome quase santo de Cônego Domenico Rangoni) não se confirmou.
Novamente as paisagens de tirar o fôlego da serra cortada pelas rodovias que nos levam à baixada santista, onde a cidade de Santos se destaca por ter sido planejada e como tal, de fácil locomoção.
Nos anos 800 o mangue foi cortado por sete canais para drenagem das águas e principalmente para por fim às epidemias de febre amarela e outras mazelas.
Do nosso hotel, ao lado do canal 3 fomos visitar:
O orquidário – local limpo e muito bem cuidado que abriga varias espécies de orquídeas e de outras plantas, numa área sombreada por árvores altas, onde também vivem animais da nossa fauna. Há também uma estufa para criar as plantas em ambiente com umidade e temperatura controladas e um museu com área reservada à educação ambiental, muito interessante;
O aquário – possui animais das águas doce e salgada, em aquários amplos e muito bem cuidados;
O Mont Serrat – com trenzinho que se movimenta pelo sistema funicular. Lá de cima, temos a visão de toda baia de Santos, com seu tráfego intenso de embarcações que nos ligam ao resto do mundo. A capela, pequena e humilde, é cuidada por monjas, onde eventualmente, são realizados os casamentos e com a recepção feita no salão do antigo cassino.
Se você não quiser usar o trenzinho pode subir os mais de quatrocentos degraus;
A bolsa do café – funcionava num belíssimo prédio, cuja visitação é obrigatória, por dois motivos principais:
- ali se vê tridimensionalizada a história do ciclo do café, com seus barões, gente humilde, trabalhadores, máquinas a vapor, estradas de ferro, escravos, imigrantes e todo o acervo (mobiliário e iconográfico) e tudo mais que faz daquele museu um local único, inigualável...
- a lojinha lanchonete onde, além de lembrancinhas, podemos experimentar o melhor dos cafés produzidos no Brasil, com destaque para o Café Jacu.
Pagamos R$ 20,00 por uma xícara com mais ou menos 30ml desse café, cuja origem parte da espécie Arábica.
O café maduro, apelidado de cereja, é comido pelo jacu, a ave. Os grãos catados, manualmente, do excremento são lavados, secados, embalados e enviados para a Bolsa que torra os grãos, mói e prepara no bule ou na máquina, a infusão de sabor inesquecível. Você também pode levar para casa. Cada quilo custa R$ 660,00.
Na rua ao lado da Bolsa, está a casa aonde nasceu e viveu o Patriarca da Independência – José Bonifácio de Andrada e Silva;
O bonde – Da estaçãozinha na Praça Mauá, no lado oposto ao monumental prédio da prefeitura, parte o bonde que circula pela parte antiga da cidade em dois trajetos distintos. O guia indica e fala da importância de cada prédio, monumento, igreja ou rua;
O teleférico – o passeio no teleférico em São Vicente, nos proporciona a visão da baia em dois momentos. Durante a subida e descida e lá em cima, da rampa da pista de voo livre;
A escuna – o passeio de escuna nos dá a oportunidade de termos uma visão diferenciada da Cidade, a partir da água. Fazem parte da aventura o banho nas águas geladas da baia, quando por quinze minutos permanecemos ancorados ao lado de uma das muitas ilhas, com a lâmina d’água de oito metros sob nossos pés e passarmos bem ao lado dos navios cargueiros grandalhões, graneleiros ou tanques, muitas vezes maiores que a frágil e pequena escuna açoitada pelo vento forte;
A Igreja de Santo Antonio do Embaré – de frente para o mar, na avenida, a igreja é de uma beleza incrível, que lembra o Mosteiro dos Jerônimos em Portugal, pelos adornos feitos em pedra;
O calçadão – com mais de cinco quilômetros de jardins é um local agradável, com feirinha de artesanato aonde a população local pratica exercícios ao ar livre mesmo depois de escurecer.
Ficaram para a próxima visita os museus do mar e da pesca e o jardim botânico, esse bem distante do centro.
Por tudo de belo que há em Santos, pela hospitalidade dos seus habitantes fixos, pela culinária excepcional e principalmente para satisfação dos nossos olhos curiosos, nós voltaremos.