A atualidade do princípio amai ao próximo como a ti mesmo.
Num mundo em que impera a individualidade, e que muitas pessoas não pensam duas vezes em armar ciladas para derrubar o outro e desta forma auferir vantagens, a máxima amai o próximo como a ti mesmo nunca se fez tão necessária. Além da individualidade, a máxima certamente teria influência nos índices de violência, porque esta haveria de cair ao menos entre aquelas pessoas que aderissem a tal princípio.
O princípio amai ao próximo como a ti mesmo, embora tenha sido proferido há mais de dois mil anos, mantém a sua atualidade para a sociedade contemporânea. Vivemos em uma sociedade capitalista que tem em seu cerne a competição, e esta gera a individualidade porque premia o indivíduo competidor e vencedor. Explicita-se que a competição põe os indivíduos de uma sociedade em confronto pelos melhores empregos, e, consequentemente, melhores salários.
É esta realidade que impõe a necessidade da prática do princípio acima citado. Praticar o princípio requer simplesmente que não se faça o mal a outrem deliberadamente, e, igualmente, que não se deseje o mal a ninguém. Conscientemente e em sã consciência ninguém faz mal a si mesmo, e como o princípio requer que se ame ao próximo como a si mesmo, consequentemente, quem aderir ao princípio não fará mal a outrem. O princípio não requer que se abra mão do modo de agir ou do modo de viver, ou que as pessoas deixem de competir e desejar melhores empregos, apenas requer que se abra mão da maldade deliberada, ou seja, que se queira tanto bem ao próximo quanto se quer para si.
O mundo atual precisa muito da prática do amor. Não falo de Eros que é o amor carnal e que atualmente tem sido muito praticado. Falo de ágape que é o amor solidário e de filo que é a amizade. São estes sentimentos que infelizmente estão em falta nos dias atuais. A prática do ágape e do filo nos pouparia de muitos conflitos desnecessários, e certamente nos proporcionaria uma realidade mais aprazível e justa, e para colocá-los em prática é fácil, ou seja, basta abrir mão de fazer e desejar a maldade deliberada.