TUDO PELO FUTEBOL

Prof. Antônio de Oliveira

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No tempo de Sarney como presidente circulava com frequência o slogan: Tudo pelo social! Não apenas naquele governo como, praticamente, em todos os governos, no Brasil, e nos três níveis, esse tem sido o mote. Mas, muitas vezes, como canta Cazuza: “Tuas ideias não correspondem aos fatos”. (Alô, alô, políticos!). Pois os fatos, para quem os quer ver, as desmentem. É verdade que em geral um lema, um slogan, diferentemente de meta objetiva a atingir, propõe um ideal inatingível na sua perfeição. Por exemplo, amar a Deus sobre todas as coisas. Mas também quando a realidade permanece muito distante, muito aquém do proposto e do prometido, pega mal. Pois real mesmo tem sido: Tudo para poucos. A não ser algumas medidas, assim mesmo de maneira discutível, em favor das minorias e dos mais pobres. O econômico é sempre prioritário. Seja porque, quando a economia vai bem, em geral o povo está satisfeito e não reclama, seja porque, em Tudo pelo Econômico, bem realisticamente, sobra mais dinheiro para demagogia, privilégios e regalias, também nos três níveis de poder e nos três poderes.

Entretanto, quando se tratou de reformar estádios para a Copa do Mundo, tudo mudou como por encanto. O dinheiro apareceu de repente, tecnologia importada, cronogramas rígidos, etc. Tudo novinho em folha, nos trinques. Aliás, de certa forma, bom ou mesmo melhor para todo o mundo. Não que eu seja contra a Copa no Brasil. Mas, na verdade, ela se tornou de tal maneira prioritária que revela uma coisa: se de fato o social fosse prioritário, não teríamos tantos problemas sociais. E mais: se fosse posto tal empenho na solução de outros problemas, graves, gravíssimos, o Brasil seria outro. Ah, bem outro! Não apenas uma pátria de chuteiras. Finalizando com outro músico brasileiro, Gonzaguinha: “Ah! meu Deus, eu sei, eu sei que a vida devia ser bem melhor”. Só que ele afirma: e será. Mas alguém, em vez de afirmar, poderia perguntar: – E será?

Antônio Oliveira MG
Enviado por Antônio Oliveira MG em 25/06/2013
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