Ascensão e Queda da Dinastia do PT (2)

Eleito presidente do Brasil, em 2003, por falta de opção política melhor na época, Lula, seguindo as pegadas de Getúlio Vargas, Jango e, modernamente, Hugo Chávez, adotou uma postura politicamente populista, mas permeada por um esquema de corrupção política, montado e administrado pelo PT com tamanha habilidade que acabou contaminando quase todas as áreas de administração pública do país; e, enquanto o PT sugava os cofres da nação, via Mensalão e outras escandalosas manobras de corrupção, suborno e extorsão, os marqueteiros de Lula elaboravam programas populistas e demagógicos, tais como o Bolsa Família e Bolsa Escola, esmolas sociais que, apesar de irrisórias, viciaram os orçamentos de famílias pobres (aqui no Nordeste é muito comum meninas de 13 anos em diante serem induzidas a uma gravidez premeditada, apenas visando ao recebimento do Bolsa Família).

A partir daí, sempre que ocorrem campanhas eleitorais, espalha-se o boato infame de que, se os opositores do PT ganharem, vão acabar com esses programas; por isso, principalmente nos Estados mais pobres, faz 10 anos que o PT não perde uma eleição para presidente: Lula reelegeu-se facilmente e se sentindo realmente blindado pela aura de "Filho do Brasil" ousou mais: reivindicou, brigou, barganhou e ganhou a disputa para sediar três eventos esportivos de grande amplitude mundial: Copa das Confederações em 2013, Copa do Mundo em 2014, e as Olimpíadas em 2016. A Copa do Mundo no Brasil, a mais cara de toda a história do futebol mundial, vai custar ao Brasil mais de 28 bilhões de reais. Até agora, na Copa das Confederações, já foram gastos 7 bilhões e 107 milhões de reais. Quantos mais bilhões serão necessários para bancar as Olimpíadas de 2016? Na minha opinião, essa megalomania política de Lula deve sangrar os cofres da nação em mais de cem bilhões de reais! Vale perguntar: quantas escolas, quantos hospitais, quantos presídios poderiam ser construídos com esse dinheiro?

Então, vejamos o que fez o "Filho do Brasil": deu Bolsa Família e Bolsa Escola, trouxe Copas e Olimpíadas para o Brasil, um país com um nível baixíssimo de Educação, Saúde e Segurança. Não aparece dinheiro para pagar bem a professores qualificados e construir colégios públicos de qualidade em todas as cidades do país. Não aparece dinheiro para pagar bem a médicos e construir e manter bons hospitais públicos em todas as cidades do país. O SUS é uma piada. Não aparece dinheiro para construir presídios, nem em quantidade nem em qualidade suficientes para manter reclusos indivíduos da mais alta periculosidade; por causa disso, a Justiça se torna tão tolerante que beira a cumplicidade. A Polícia Civil e Militar, em todos os Estados, é mal paga e mal protegida pelos governos estaduais. O brasileiro, pois, tornou-se refém do banditismo, uma vez que sair às ruas já é considerada atividade de sério risco; pode até ter escola para o filho frequentar, mas não tem ensino que promova o conhecimento e o exercício da cidadania para esse filho; se adoecer, fica bem próximo de uma morte infame, jogado nos corredores de um hospital do SUS. Mas há dinheiro para subsidiar programas populistas e eleitoreiros, e para bancar duas Copas e uma Olimpíada. Que país é esse?

Mesmo assim, o "Filho do Brasil" emplacou como sua sucessora política a Dilma, que tinha fama de durona, mas logo se adaptou ao regime "engana-o-pobre-que-eu-gosto". Na questão do trinômio Educação-Saúde-Segurança tudo continuou como antes, mas a sisuda senhora era aplicada aluna do seu mestre, tanto que, ao saber que a sua popularidade havia caído para 55%, o seu marqueteiro bolou um novo programa, a Bolsa-Cartão de Crédito: um cartão de crédito da CEF com limite de R$ 5.000,00, a juros de 4% a.a., para os participantes do Programa Minha Casa, Minha Vida comprarem móveis e eletrodomésticos. O custo do programa é de um bilhão de reais, mas vai se elevar para muito mais, porque, após as compras, a inadimplência, a exemplo dos empréstimos do Banco Popular, deverá chegar a quase 100%.

Então, de repente, a cidade de São Paulo foi às ruas para protestar contra o aumento das passagens de ônibus. O prefeito Fernando Hadad, do PT, poderia ter negociado com os líderes do Movimento Passe Livre, mas foi curto e grosso: "Não há nenhuma possibilidade de revisão do aumento". E aí São Paulo acordou: há mais de uma semana que manifestações públicas acontecem nas ruas de São Paulo reivindicando não só transporte público mais barato, como aplicação de mais recursos – ou aplicação correta desses recursos - para Educação, Saúde e Segurança, combate à violência e combate à corrupção. E o inimaginável aconteceu: o Brasil inteiro também acordou, pois manifestações públicas se sucedem diariamente em quase todas as grandes cidades brasileiras.

Nunca se viu coisa igual! O Brasil é notícia nos jornais do mundo inteiro e não por mulher nua, futebol e samba, mas por um fato raro: uma nação inteira que se levanta indignada contra a corrupção e descaso público! Tenho plena convicção que se as eleições presidenciais fossem neste ano, Dilma não se reelegeria; mas, até o fim de 2014, há tempo para que o PT se recomponha politicamente e marqueteiros bolem novas Bolsas-Otário. É uma pena, eu gostaria muito de ver, no tempo mais curto possível, o Brasil liberto dessa nefasta influência política.
Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 24/06/2013
Reeditado em 24/06/2013
Código do texto: T4356198
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