ONDE CABEM DOIS, CABEM TRÊS
Sábado, final da tarde, fui até a construção da casa de minha filha e genro. Como é dentro de um condomínio cercado de matas por todos os lados, o frio já se fazia sentir.
Desci do carro, e ao atravessar a rua, vejo uma cachorra de tamanho pequeno, percebi que tremia muito. Uma menina que andava de bicicleta contou-me, que ela vivia por ali, e que ela havia tido um único filhote, mas que desde o dia anterior, ele sumira, acrescentou que talvez os seguranças do condomínio o tivessem levado embora dali, estavam tentanto pegá-la também, pois não pode haver cão solto ou sem dono ali dentro.
Ficamos com muito dó, daquela meiga cachorrinha, magrinha, e sofrida, não resistimos, eu e minha filha, e abrimos a porta do carro para ela entrar, mas para nossa surpresa, ela se recusou. Então resolvemos vir até minha casa, que fica em outro condomínio ali perto, pegar ração e água, pois percebemos que ela tinha fome e sede. Assim que viu a comida e a água, ela comeu e bebeu, com vontade. Mas continuou se recusando a vir conosco.
A noite, fomos a festa junina do condomínio onde resido, fazia frio, mesmo junto à fogueira, e a cachorrinha não me saia do pensamento. Lembrava dela, com esse frio, dormindo pelos terrenos vazios do condomínio.
Ontem, no meio da tarde voltamos lá, eu e minha filha, e lá estava ela, assim que nos viu abanou o rabinho e veio ao nosso encontro.
Mais uma vez abrimos a porta do carro, na esperança dela aceitar e entrar, e dessa vez, ela entrou.
Em seguida encontramos novamente a menina andando de bicicleta, ao ver contou: "hoje pela manhã, meu pai, achou o filhotinho, estava morto. Ele o enterrou", e apontou o lugar.
Nesse momento entendemos que mesmo sofrendo frio, fome e sede, ela não arredou pé de perto do filhote, somente depois que o enterraram, ela viu que ele não precisava mais dela.
Enfim, ela está aqui em nossa casa, ainda não foi apresentada ao Moke e ao Marley, (esse outro viralata que tiramos da rua) pois, amanhã a levaremos a veterinária.
Não nego, que estou um pouco assustada, com a pequena matilha. Mas, lembro que minha avó repetia, quando chegava um convidado inesperado em nossa casa: "onde cabem dois, cabem três".
A pequena cachorrinha, parece que já nos conhece de longa data, não está mais assustada, está calma. Só a melancolia não sai de seus olhos. Tem um olhar triste, mas doce, mesmo em meio ao sofrimento. Por isso estou pensando em chamá-la, Malie, que em havaino significa: Serena, calma, ou Mahina, que siginifica deusa.
O nome não foi decidido ainda, enviei os que escolhi, todos de origem havaiana, para meu filho e filha, nora e genro, opinarem. Vamos ver qual será o mais votado. Aqui em casa, meu marido e nossa funcionária, já escolheram. Amanhã, com certeza ela já terá um nome.
O que importa, é o lar que ela ganhou, dormiu a noite inteira sem dar um latido, quentinha em sua nova caminha. Antes de dormir comeu um pote cheio de ração, e bebeu muita água.
E cada vez que vou olhá-la, parece que me diz da gratidão, pela acolhida que recebeu.
Ontem a noite, li na internet, sobre um recém nascido que foi encontrado jogado na rua, em uma de nossas cidades, quando o acharam, já estava morto. E fiquei pensando que quanto mais conheço a fidelidade, generosidade dos animais, mais os admiro.
(imagem: Lenapena- ai está ela, ainda sem nome, porém, não mais sem amor)
Sábado, final da tarde, fui até a construção da casa de minha filha e genro. Como é dentro de um condomínio cercado de matas por todos os lados, o frio já se fazia sentir.
Desci do carro, e ao atravessar a rua, vejo uma cachorra de tamanho pequeno, percebi que tremia muito. Uma menina que andava de bicicleta contou-me, que ela vivia por ali, e que ela havia tido um único filhote, mas que desde o dia anterior, ele sumira, acrescentou que talvez os seguranças do condomínio o tivessem levado embora dali, estavam tentanto pegá-la também, pois não pode haver cão solto ou sem dono ali dentro.
Ficamos com muito dó, daquela meiga cachorrinha, magrinha, e sofrida, não resistimos, eu e minha filha, e abrimos a porta do carro para ela entrar, mas para nossa surpresa, ela se recusou. Então resolvemos vir até minha casa, que fica em outro condomínio ali perto, pegar ração e água, pois percebemos que ela tinha fome e sede. Assim que viu a comida e a água, ela comeu e bebeu, com vontade. Mas continuou se recusando a vir conosco.
A noite, fomos a festa junina do condomínio onde resido, fazia frio, mesmo junto à fogueira, e a cachorrinha não me saia do pensamento. Lembrava dela, com esse frio, dormindo pelos terrenos vazios do condomínio.
Ontem, no meio da tarde voltamos lá, eu e minha filha, e lá estava ela, assim que nos viu abanou o rabinho e veio ao nosso encontro.
Mais uma vez abrimos a porta do carro, na esperança dela aceitar e entrar, e dessa vez, ela entrou.
Em seguida encontramos novamente a menina andando de bicicleta, ao ver contou: "hoje pela manhã, meu pai, achou o filhotinho, estava morto. Ele o enterrou", e apontou o lugar.
Nesse momento entendemos que mesmo sofrendo frio, fome e sede, ela não arredou pé de perto do filhote, somente depois que o enterraram, ela viu que ele não precisava mais dela.
Enfim, ela está aqui em nossa casa, ainda não foi apresentada ao Moke e ao Marley, (esse outro viralata que tiramos da rua) pois, amanhã a levaremos a veterinária.
Não nego, que estou um pouco assustada, com a pequena matilha. Mas, lembro que minha avó repetia, quando chegava um convidado inesperado em nossa casa: "onde cabem dois, cabem três".
A pequena cachorrinha, parece que já nos conhece de longa data, não está mais assustada, está calma. Só a melancolia não sai de seus olhos. Tem um olhar triste, mas doce, mesmo em meio ao sofrimento. Por isso estou pensando em chamá-la, Malie, que em havaino significa: Serena, calma, ou Mahina, que siginifica deusa.
O nome não foi decidido ainda, enviei os que escolhi, todos de origem havaiana, para meu filho e filha, nora e genro, opinarem. Vamos ver qual será o mais votado. Aqui em casa, meu marido e nossa funcionária, já escolheram. Amanhã, com certeza ela já terá um nome.
O que importa, é o lar que ela ganhou, dormiu a noite inteira sem dar um latido, quentinha em sua nova caminha. Antes de dormir comeu um pote cheio de ração, e bebeu muita água.
E cada vez que vou olhá-la, parece que me diz da gratidão, pela acolhida que recebeu.
Ontem a noite, li na internet, sobre um recém nascido que foi encontrado jogado na rua, em uma de nossas cidades, quando o acharam, já estava morto. E fiquei pensando que quanto mais conheço a fidelidade, generosidade dos animais, mais os admiro.
(imagem: Lenapena- ai está ela, ainda sem nome, porém, não mais sem amor)