GESTOS URBANOS (2)
Em abril, sob mesmo título, postei um texto sobre a manifestação popular que fez o preço da passagem de ônibus e lotação voltar ao preço anterior em Porto Alegre. Lembrei-me do movimento “Cara Pintada”, sem saber que veria em pouco tempo um novo movimento, que bem poderia ser “Cara Limpa”. Desta vez são muitos os títulos dos protestos em nossa manifestação. Contas que necessitam de clareza, não de transparência, porque transparência é coisa de fantasma, não captada por olhos comuns.
Administradores costumam ter um foco maior ao assumir uma conta. Logo abaixo estão outras contas que suportam a pirâmide e que necessitam de atenção. Dilma, que todos parecem esquecer, não governa sozinha, elegeu como prioridade o controle da Fome. Quem, além de discurso, já andou por uma favela, sabe a diferença de sobrepeso que isto fez. Quem quiser pode obter informações sobre a imensa quantidade de alimentos que são distribuídos, não só no Brasil, mas mundo afora. Infelizmente, não parece que apenas distribuir comida ou bolsa auxílio seja a solução plena da Fome, mas enquanto não se pensa em outra solução, é isto que os governantes (eleitos por maioria) escolhem fazer.
Com as passeatas acontecendo, surgem milhares de discursos na internet de grupos e indivíduos que se declaram a favor dos movimentos. Não poderia ser diferente. A Educação, cuja metodologia antiga se sabe falida, necessita de sugestões de mudança. Há pensadores com propostas coerentes e viáveis. Falta ouvidos para a prática e menor submissão ao que é feito em outros países.
Por que os jovens procuram as graduações tecnológicas? Porque, entre outras razões, são de curta duração e possuem conteúdo direcionado ao que interessa. Não há deontologia, estudos superficiais de problemas brasileiros e outras matérias que deveriam ser aprendidas pela moral familiar e social ou aprofudados em cursos próprios. Para esta educação, não instrutiva de escola, conclame-se a família, exija-se espaço na mídia. Pais, não exijam que os professores deem tudo para seus filhos. Honestidade, respeito, honra, autoestima é coisa de casa. Informação não deve mais ser símbolo de poder, está ao acesso gratuito de todos!
Tive o privilégio de receber ambas, a educação estudantil, instrutiva, e a educação moral. Esta, recebi em casa, da tia severa, na época, não compreendida por mim, mas que me formou consciente de que as pessoas sempre serão mais importantes do que as coisas, inclusive mais importantes do que ideologias ou ter razão. A outra educação, obtive na escola pública. Por respeito, ainda que dosado de medo, o estudo era tido na mais alta conta. Foi na escola que aprendi a me emocionar a cada vez que ouço o Hino Nacional, tão achincalhado atualmente.
O futebol... Que teria uma pessoa indiferente à indústria do futebol para falar? Digo, já acompanhei jogos, especialmente da Copa Mundial, da época do Zico e até a França, quando percebi que faltou atletismo. O jogo era outro, assim como hoje. Se for verdade que as despesas com o financiamento dos estádios de futebol provêm de financiamento, necessito ver para crer. Evidente que ninguém ignora que um evento como a Copa Mundial traz dinheiro e trabalho ao país. Mas o que bradamos nas ruas é a ligeireza de solução para algo que poderíamos muito bem passar sem, porque ausência de estádios, diferentemente da Saúde (ou ausência de), não mata. Continuarei sem assistir partidas de futebol, assim como continuarei a não assistir, por gosto, cenas de violência pela televisão.
Por falar nela, nesta quinta-feira liguei a televisão para me inteirar sobre as manifestações. Percebi que a violência, assim como batata frita, aumenta a dopamina. Daí o índice de audiência viciante de programas de péssimo gosto. Quis assistir apenas cinco minutos, mas fiquei com a televisão ligada por mais de uma hora, até que o telefone salvador tocou. Era uma amiga querendo saber se eu já estava em casa, pois a quebradeira estava acontecendo na quadra de baixo.
Há joio e trigo? Sim, há. Há que separar-se um do outro, contudo, para a colheita de bons frutos. Basta dar uma "espiadinha" na História recente. Quando surge a novidade, esta ainda caminha por longo percurso com o antigo. Não só por resistência à novidade, mas porque se retirarmos totalmente o que alimenta um hábito, sem trocá-lo por outro mais saudável, voltamos logo às más ações. Foi assim com o carro e a carroça para nossos pais. Foi assim com o computador e a máquina de datilografia para alguns de nós. Foi assim com muitas comodidades que recebemos de mão-beijada, como o telefone, a internet, muito mais acessível do que para a geração anterior.
O transporte, cuja manutenção do preço da passagem levou-me a congratulações com meus pares nas paradas de ônibus, foi mesmo uma parada! A quantidade de veículos, que já era reduzida, passou a ser reduzidíssima. Não quero aqui dar graças a Deus por utilizar lotação ou poder utilizar um carro e não necessitar tomar ônibus superlotados, pois um deus assim pessoal seria injusto. Penso que este é o carro-chefe das manifestações porque, dentre todas as reivindicações, pode ser solucionada já. Somos humilhados o suficiente pelos contrastes sociais, ao nos vermos insultados diariamente em nossa inteligência, além de outros abusos. Queremos tão somente o que nos cabe. Transporte para ir ao trabalho como pessoas que somos. Toda e qualquer pessoa merece respeito. Qualquer pessoa é mais importante que coisas, que ideias, que ter razão. Mas para circularmos em nosso direito de ir e vir necessitamos de sustentação: alimento, saúde, trabalho, educação.
A coerência, a urbanidade, o respeito pelas conquistas devem fazer parte da consciência de um Povo. Saber que o novo ainda necessita conviver com o antigo enquanto a mudança se faz é necessário e saudável para um protesto inteligente e eficaz. E mais! Já protestamos. Não amoleçamos com a graça disto. Provamos que não somos tão franciscanos quanto parecíamos. Estamos mais para São Tomé. Vamos cobrar a boa execução de nossos Títulos. Vejamos as contas para crermos na solução.
Em abril, sob mesmo título, postei um texto sobre a manifestação popular que fez o preço da passagem de ônibus e lotação voltar ao preço anterior em Porto Alegre. Lembrei-me do movimento “Cara Pintada”, sem saber que veria em pouco tempo um novo movimento, que bem poderia ser “Cara Limpa”. Desta vez são muitos os títulos dos protestos em nossa manifestação. Contas que necessitam de clareza, não de transparência, porque transparência é coisa de fantasma, não captada por olhos comuns.
Administradores costumam ter um foco maior ao assumir uma conta. Logo abaixo estão outras contas que suportam a pirâmide e que necessitam de atenção. Dilma, que todos parecem esquecer, não governa sozinha, elegeu como prioridade o controle da Fome. Quem, além de discurso, já andou por uma favela, sabe a diferença de sobrepeso que isto fez. Quem quiser pode obter informações sobre a imensa quantidade de alimentos que são distribuídos, não só no Brasil, mas mundo afora. Infelizmente, não parece que apenas distribuir comida ou bolsa auxílio seja a solução plena da Fome, mas enquanto não se pensa em outra solução, é isto que os governantes (eleitos por maioria) escolhem fazer.
Com as passeatas acontecendo, surgem milhares de discursos na internet de grupos e indivíduos que se declaram a favor dos movimentos. Não poderia ser diferente. A Educação, cuja metodologia antiga se sabe falida, necessita de sugestões de mudança. Há pensadores com propostas coerentes e viáveis. Falta ouvidos para a prática e menor submissão ao que é feito em outros países.
Por que os jovens procuram as graduações tecnológicas? Porque, entre outras razões, são de curta duração e possuem conteúdo direcionado ao que interessa. Não há deontologia, estudos superficiais de problemas brasileiros e outras matérias que deveriam ser aprendidas pela moral familiar e social ou aprofudados em cursos próprios. Para esta educação, não instrutiva de escola, conclame-se a família, exija-se espaço na mídia. Pais, não exijam que os professores deem tudo para seus filhos. Honestidade, respeito, honra, autoestima é coisa de casa. Informação não deve mais ser símbolo de poder, está ao acesso gratuito de todos!
Tive o privilégio de receber ambas, a educação estudantil, instrutiva, e a educação moral. Esta, recebi em casa, da tia severa, na época, não compreendida por mim, mas que me formou consciente de que as pessoas sempre serão mais importantes do que as coisas, inclusive mais importantes do que ideologias ou ter razão. A outra educação, obtive na escola pública. Por respeito, ainda que dosado de medo, o estudo era tido na mais alta conta. Foi na escola que aprendi a me emocionar a cada vez que ouço o Hino Nacional, tão achincalhado atualmente.
O futebol... Que teria uma pessoa indiferente à indústria do futebol para falar? Digo, já acompanhei jogos, especialmente da Copa Mundial, da época do Zico e até a França, quando percebi que faltou atletismo. O jogo era outro, assim como hoje. Se for verdade que as despesas com o financiamento dos estádios de futebol provêm de financiamento, necessito ver para crer. Evidente que ninguém ignora que um evento como a Copa Mundial traz dinheiro e trabalho ao país. Mas o que bradamos nas ruas é a ligeireza de solução para algo que poderíamos muito bem passar sem, porque ausência de estádios, diferentemente da Saúde (ou ausência de), não mata. Continuarei sem assistir partidas de futebol, assim como continuarei a não assistir, por gosto, cenas de violência pela televisão.
Por falar nela, nesta quinta-feira liguei a televisão para me inteirar sobre as manifestações. Percebi que a violência, assim como batata frita, aumenta a dopamina. Daí o índice de audiência viciante de programas de péssimo gosto. Quis assistir apenas cinco minutos, mas fiquei com a televisão ligada por mais de uma hora, até que o telefone salvador tocou. Era uma amiga querendo saber se eu já estava em casa, pois a quebradeira estava acontecendo na quadra de baixo.
Há joio e trigo? Sim, há. Há que separar-se um do outro, contudo, para a colheita de bons frutos. Basta dar uma "espiadinha" na História recente. Quando surge a novidade, esta ainda caminha por longo percurso com o antigo. Não só por resistência à novidade, mas porque se retirarmos totalmente o que alimenta um hábito, sem trocá-lo por outro mais saudável, voltamos logo às más ações. Foi assim com o carro e a carroça para nossos pais. Foi assim com o computador e a máquina de datilografia para alguns de nós. Foi assim com muitas comodidades que recebemos de mão-beijada, como o telefone, a internet, muito mais acessível do que para a geração anterior.
O transporte, cuja manutenção do preço da passagem levou-me a congratulações com meus pares nas paradas de ônibus, foi mesmo uma parada! A quantidade de veículos, que já era reduzida, passou a ser reduzidíssima. Não quero aqui dar graças a Deus por utilizar lotação ou poder utilizar um carro e não necessitar tomar ônibus superlotados, pois um deus assim pessoal seria injusto. Penso que este é o carro-chefe das manifestações porque, dentre todas as reivindicações, pode ser solucionada já. Somos humilhados o suficiente pelos contrastes sociais, ao nos vermos insultados diariamente em nossa inteligência, além de outros abusos. Queremos tão somente o que nos cabe. Transporte para ir ao trabalho como pessoas que somos. Toda e qualquer pessoa merece respeito. Qualquer pessoa é mais importante que coisas, que ideias, que ter razão. Mas para circularmos em nosso direito de ir e vir necessitamos de sustentação: alimento, saúde, trabalho, educação.
A coerência, a urbanidade, o respeito pelas conquistas devem fazer parte da consciência de um Povo. Saber que o novo ainda necessita conviver com o antigo enquanto a mudança se faz é necessário e saudável para um protesto inteligente e eficaz. E mais! Já protestamos. Não amoleçamos com a graça disto. Provamos que não somos tão franciscanos quanto parecíamos. Estamos mais para São Tomé. Vamos cobrar a boa execução de nossos Títulos. Vejamos as contas para crermos na solução.