A VOZ ROUCA DAS RUAS
Finalmente, a "Voz rouca das ruas" se fez ouvir. Límpida, falou claro e com uma contundência talvez inédita neste Brasil.
Como um esguicho, foi longe, alcançando altitudes sonoras e distâncias geográficas impensáveis até um dia antes do primeiro grito.
E mostrou que não foi usada apenas para fazer valer uma reivindicação específica: impedir o aumento no preço de passagens nos transportes coletivos. Fosse assim, não teria havido clamor pelas ruas de Recife, onde, após as primeiras movimentações ocorridas em São Paulo e no Rio de Janeiro, os governos estadual e da Região Metropolitana da Capital de Pernambuco já haviam anunciado a decisão de não efetivar qualquer reajuste. Outros gestores voltaram atrás na decisão de elevar os preços das passagens e mesmo assim as manifestações prosseguiram.
Mas a "Voz rouca das ruas" continuou falando e em tom cada vez mais elevado.
O problema representado pelo transporte coletivo permaneceu na pauta dos que ocupam avenidas e praças, derramam-se por becos e se estendem pelas rodovias e viadutos, em certos casos, bloqueados ao tráfego de veículos.
A cada novo dia, mais a massa humana vem engrossando e dizendo a que vem: 1) transporte coletivo sim, só que, barrados os aumentos nos preços das passagens, o clamor agora se volta para a melhoria da qualidade desse serviço e a adequação dos preços das passagens ao bolso do cidadão comum; 2) melhora nos níveis de segurança pública; 3) saúde pública e educação com qualidade e acesso facilitado; 4) rejeição à famigerada PEC 37; 5) combate à corrução, um problema clamoroso no qual se visualiza a matriz de todos os flagelos sociais que penalizam a maioria dos brasileiros.
Há uma generalizada consciência de que a falta de ética no uso do dinheiro público é o supremo obstáculo à superação dos grandes problemas sociais do gigante sul-americano. São muitos e bem visíveis os ralos por onde escorre o dinheiro desviado de setores essenciais como saúde, educação, segurança e outros serviços, assim como de investimentos capazes de gerar mais empregos e elevar o poder aquisitivo dos salários.
A corrução em larga escala deixa de ser apenas um problema de ordem moral e passa a constituir um crime de lesa humanidade, visto que: 1) sem acesso ao ensino de qualidade, a chance de mobilidade social de um indivíduo é praticamente nula; 2) privado de assistência médica eficaz, o cidadão (?) morre de doenças facilmente curáveis e a qualidade de vida de quem sobrevive torna-se precarizada; 3) precisa falar sobre as implicações quase genocidas acarretadas pelo desvio da merenda escolar?
Os três exemplos citados são mais do que suficientes para justificar a inclusão do combate à corrução na pauta de reivindicações que move a grande onda de protestos ora em curso no Brasil. Mas há pior: o ultraje, traduzido na forma explícita, descarada e cínica com que a rapinagem é praticada no Brasil e a arrogância com a qual se comportam seus autores, afrontando a Justiça, quando esta consegue condená-los e sentenciar.
Tem mais.
Finalmente, a "Voz rouca das ruas" se fez ouvir. Límpida, falou claro e com uma contundência talvez inédita neste Brasil.
Como um esguicho, foi longe, alcançando altitudes sonoras e distâncias geográficas impensáveis até um dia antes do primeiro grito.
E mostrou que não foi usada apenas para fazer valer uma reivindicação específica: impedir o aumento no preço de passagens nos transportes coletivos. Fosse assim, não teria havido clamor pelas ruas de Recife, onde, após as primeiras movimentações ocorridas em São Paulo e no Rio de Janeiro, os governos estadual e da Região Metropolitana da Capital de Pernambuco já haviam anunciado a decisão de não efetivar qualquer reajuste. Outros gestores voltaram atrás na decisão de elevar os preços das passagens e mesmo assim as manifestações prosseguiram.
Mas a "Voz rouca das ruas" continuou falando e em tom cada vez mais elevado.
O problema representado pelo transporte coletivo permaneceu na pauta dos que ocupam avenidas e praças, derramam-se por becos e se estendem pelas rodovias e viadutos, em certos casos, bloqueados ao tráfego de veículos.
A cada novo dia, mais a massa humana vem engrossando e dizendo a que vem: 1) transporte coletivo sim, só que, barrados os aumentos nos preços das passagens, o clamor agora se volta para a melhoria da qualidade desse serviço e a adequação dos preços das passagens ao bolso do cidadão comum; 2) melhora nos níveis de segurança pública; 3) saúde pública e educação com qualidade e acesso facilitado; 4) rejeição à famigerada PEC 37; 5) combate à corrução, um problema clamoroso no qual se visualiza a matriz de todos os flagelos sociais que penalizam a maioria dos brasileiros.
Há uma generalizada consciência de que a falta de ética no uso do dinheiro público é o supremo obstáculo à superação dos grandes problemas sociais do gigante sul-americano. São muitos e bem visíveis os ralos por onde escorre o dinheiro desviado de setores essenciais como saúde, educação, segurança e outros serviços, assim como de investimentos capazes de gerar mais empregos e elevar o poder aquisitivo dos salários.
A corrução em larga escala deixa de ser apenas um problema de ordem moral e passa a constituir um crime de lesa humanidade, visto que: 1) sem acesso ao ensino de qualidade, a chance de mobilidade social de um indivíduo é praticamente nula; 2) privado de assistência médica eficaz, o cidadão (?) morre de doenças facilmente curáveis e a qualidade de vida de quem sobrevive torna-se precarizada; 3) precisa falar sobre as implicações quase genocidas acarretadas pelo desvio da merenda escolar?
Os três exemplos citados são mais do que suficientes para justificar a inclusão do combate à corrução na pauta de reivindicações que move a grande onda de protestos ora em curso no Brasil. Mas há pior: o ultraje, traduzido na forma explícita, descarada e cínica com que a rapinagem é praticada no Brasil e a arrogância com a qual se comportam seus autores, afrontando a Justiça, quando esta consegue condená-los e sentenciar.
Tem mais.