De repente L - II
Não é de hoje que o homem tem curiosidade pelo futuro, sempre tentando prever o que vai ocorrer em sua vida, nos próximos dez anos, ou nos cinco seguintes, na hora que falta, nos 45 do segundo tempo, será que sairão gols na prorrogação?
Viver o presente parece não ter graça, interessante é tentar alcançar o que não nos pertence.
O mais louco disso é que o presente é justamente aquilo que ontem era futuro.
Uau, estamos vivendo o que imaginamos, mas ao invés de desfrutar, continuamos na incessante curiosidade sobre como será o amanhã.
Fazendo planos, tentamos ser donos do nosso destino, por vezes já contando com a decisão dos outros, como se eles fossem parte de nós, e já concordassem com aquilo que planejamos.
Frustrações nascem aí, no momento em que, tentando ludibriar o que o futuro lhes reserva, você faz planos: exclui as coincidências e os imprevistos, se ferra.
Ao planejar, há quem tenha um plano A, B, C...Z. É diário o exercício do improviso, pois não temos controle, apesar de tentar, do que está a esperar por nós. No entanto, é contornar se o desvio foi pequeno, mas e quando o INIMAGINÁVEL acontece??? Como podemos pensar em TUDO e justamente o NADA acontecer, transmutando-se e tornando-se NOVO.
Chorar? Sorrir? Pular?
Bom ou ruim, quando o novo chega, não sabemos como lidar com ele, nem o que sentir, ou como agir... Apenas viver.
No momento em que, sem saber o que fazer, nós estamos vivendo, percebemos que poderíamos ter passado menos tempo tentando antecipar os acontecimentos. Aproveitando mais, rindo mais, sentindo mais, ouvindo mais.
Como as casas após um furacão, por diversas vezes, tive os meus planos destruídos. Hoje foi um desses dias e apesar da ventania, aparentemente, ter me levado para um lugar melhor, não estava preparada para uma reforma.
Gente que vai, gente que vem...
Sinceramente não sei por que cargas d ’água estou com esse nó na garganta, afinal, me incomodava deveras, principalmente por sua agressividade diante das frustrações. Sem falar na necessidade de estar sempre no controle e de raramente admitir um erro.
Especialmente raro e maravilhoso, acho que sentirei sua falta.