FORMULA 1: SÓ A HIPOCRISIA É MAIS VELOZ
O jogo de equipe, nada mais do que estratégia para garantir a realização dos interesses do time, utilizado pela Ferrari no último domingo, passou a ser o centro das atenções do jornalismo brasileiro, ganhando em divulgação até mesmo do grande feito da equipe nacional de vôlei, acontecido no mesmo dia, que garantiu o seu nono título na liga mundial.
Para mim, nada de surpreendente. A Imprensa precisa disso. Da notícia estridente!
Num primeiro momento, passaram a idéia de que todo o circo da Fórmula 1 é contra os brasileiros.
Assim Barrichelo, Massa, de Grassi e Bruno Senna são sempre vítimas de suas equipes e de seus colegas de trabalho, sem esquecer que a imprensa mundial, segundo os jornalistas brasileiros, são prioritariamente contrários aos “coitadinhos” pilotos brasileiros e por isso eles são tão criticados lá fora.
Depois, criam, ao longo das semanas, uma série de fantasias na cabeça do torcedor (leitores, ouvintes e telespectadores) para garantir suas audiências e vendas, sem se importar com a verdade dos fatos.
Orientação antiga que envolve a imprensa nacional em todos os esportes, mas, sobretudo, na F1.
Isso somente é possível, porque somos desinformados, quer por conta da distância da Europa, onde acontecem e se divulgam a maioria dos fatos das corridas, ou porque há anos fomos impregnados de preconceitos, como aquele contra o falecido Jean-Marie Ballestre, ex-presidente da FIA, tudo porque comissários da corrida eliminaram Ayrton Senna no GP do Japão por uso de manobra proibida. Polêmica eterna.
A tática de equipe é tão antiga na F1, como em qualquer outro esporte coletivo. Porém, ela só é bem vista por nós quando nos favorece.
Exemplo disso: as incontáveis vezes em que Berger (segundo piloto da McLaren) serviu de “escudo” para Ayrton Senna. Enquanto o brasileiro disparava lá na frente, Berger, em segundo, segurava todo o pelotão dos possíveis ameaçadores da vitória do brasileiro.
Isso não é jogo de equipe? É, sem dúvida.
Tanto que no GP do Japão de 1991, Senna, em agradecimento por tudo que o amigo fez, abriu para seu companheiro de equipe, Gerard Berger da Áustria ultrapassá-lo na última curva. Berger ganhou sua única corrida naquele ano, em 16 GPs disputados e Senna ali sagrou-se tricampeão, com muita ajuda do piloto austríaco ao longo da temporada.
Não queria, nem precisava ir tão longe.
Ainda este ano, assistindo as transmissões na TV pude ver e ouvir diversas vezes as equipes fazendo seu jogo.
Exemplos, só para citar: “Hamilton, a pressão do óleo está caindo, diminua” e outra “Webber, seu consumo de combustível está crítico, mude para a mistura G8 e diminua o ritmo”. Em ambos os casos as conseqüências foram desastrosas.
No primeiro, por não atender a ordem, Hamilton e Button, já no final da prova, tocaram as rodas durante quatro curvas seguidas, em perigo evidente para a dobradinha da equipe e para o espetáculo.
No segundo, também no final da prova, Vettel foi posto a quase 300 km/h pra fora da pista e desceu do bólido fazendo gestos de que o companheiro Webber é louco. Tudo porque Webber não atendeu a ordem e trancou a passagem de Vettel. A vitória do GP da Turquia, por conta disso, caiu no colo de Hamilton que vinha na 3ª colocação.
Eis, aqui, alguns argumentos de tantos que possuo guardados na memória, acerca da existência de jogo de equipe na F1.
Aceito as opiniões contrárias, mas, salvo melhor juízo e até que me provem o oposto, imputar à Ferrari falta de esportividade é pura hipocrisia, mais perigosa e mais rápida em seus espinhosos riscos que a própria Fórmula 1.
O jogo de equipe, nada mais do que estratégia para garantir a realização dos interesses do time, utilizado pela Ferrari no último domingo, passou a ser o centro das atenções do jornalismo brasileiro, ganhando em divulgação até mesmo do grande feito da equipe nacional de vôlei, acontecido no mesmo dia, que garantiu o seu nono título na liga mundial.
Para mim, nada de surpreendente. A Imprensa precisa disso. Da notícia estridente!
Num primeiro momento, passaram a idéia de que todo o circo da Fórmula 1 é contra os brasileiros.
Assim Barrichelo, Massa, de Grassi e Bruno Senna são sempre vítimas de suas equipes e de seus colegas de trabalho, sem esquecer que a imprensa mundial, segundo os jornalistas brasileiros, são prioritariamente contrários aos “coitadinhos” pilotos brasileiros e por isso eles são tão criticados lá fora.
Depois, criam, ao longo das semanas, uma série de fantasias na cabeça do torcedor (leitores, ouvintes e telespectadores) para garantir suas audiências e vendas, sem se importar com a verdade dos fatos.
Orientação antiga que envolve a imprensa nacional em todos os esportes, mas, sobretudo, na F1.
Isso somente é possível, porque somos desinformados, quer por conta da distância da Europa, onde acontecem e se divulgam a maioria dos fatos das corridas, ou porque há anos fomos impregnados de preconceitos, como aquele contra o falecido Jean-Marie Ballestre, ex-presidente da FIA, tudo porque comissários da corrida eliminaram Ayrton Senna no GP do Japão por uso de manobra proibida. Polêmica eterna.
A tática de equipe é tão antiga na F1, como em qualquer outro esporte coletivo. Porém, ela só é bem vista por nós quando nos favorece.
Exemplo disso: as incontáveis vezes em que Berger (segundo piloto da McLaren) serviu de “escudo” para Ayrton Senna. Enquanto o brasileiro disparava lá na frente, Berger, em segundo, segurava todo o pelotão dos possíveis ameaçadores da vitória do brasileiro.
Isso não é jogo de equipe? É, sem dúvida.
Tanto que no GP do Japão de 1991, Senna, em agradecimento por tudo que o amigo fez, abriu para seu companheiro de equipe, Gerard Berger da Áustria ultrapassá-lo na última curva. Berger ganhou sua única corrida naquele ano, em 16 GPs disputados e Senna ali sagrou-se tricampeão, com muita ajuda do piloto austríaco ao longo da temporada.
Não queria, nem precisava ir tão longe.
Ainda este ano, assistindo as transmissões na TV pude ver e ouvir diversas vezes as equipes fazendo seu jogo.
Exemplos, só para citar: “Hamilton, a pressão do óleo está caindo, diminua” e outra “Webber, seu consumo de combustível está crítico, mude para a mistura G8 e diminua o ritmo”. Em ambos os casos as conseqüências foram desastrosas.
No primeiro, por não atender a ordem, Hamilton e Button, já no final da prova, tocaram as rodas durante quatro curvas seguidas, em perigo evidente para a dobradinha da equipe e para o espetáculo.
No segundo, também no final da prova, Vettel foi posto a quase 300 km/h pra fora da pista e desceu do bólido fazendo gestos de que o companheiro Webber é louco. Tudo porque Webber não atendeu a ordem e trancou a passagem de Vettel. A vitória do GP da Turquia, por conta disso, caiu no colo de Hamilton que vinha na 3ª colocação.
Eis, aqui, alguns argumentos de tantos que possuo guardados na memória, acerca da existência de jogo de equipe na F1.
Aceito as opiniões contrárias, mas, salvo melhor juízo e até que me provem o oposto, imputar à Ferrari falta de esportividade é pura hipocrisia, mais perigosa e mais rápida em seus espinhosos riscos que a própria Fórmula 1.