ODISSEIA DE MARIA
E aquele dia talvez, devesse ser um dia igual aos outros, como todos os seus outros dias. Mas não foi - eram turbilhoes de informações e os ventos sopravam sem direção.
As decisões não estavam tão claras e os desejos nem tão perfeito, mas, o dia se fez dia, e a noite parecia acordar.
E Maria então pegou-se em pensamentos e nas nuvens saiu a velejar... Saiu sem saber a direção, muito menos que rumo iria tomar... Seguiu seus instintos de fera protegendo a cria... De forma tão voraz, que a realidade a consumia em fantasias.
Se, instintos são selvagens, para que tanta serventia, se no homem apenas habita - um Ser a cada dia?
Se foi sonho ou devaneio, Maria não pode precisar. Então, Maria mesmo dormindo, abriu seus olhos... Será que foi real ou apenas ilusão, aquele dia que devesse ser igual a qualquer outro?
E do fogo se fez vida, e da vida, a paixão. Mas os segundos não perdoaram Maria...
Não foi fácil definir o que estava se passando, naquele dia... Maria projeta-se nessa odisseia entre cenários de ilusão...
E ele beijou-lhe a boca, apertando-a contra o peito... Não se sabe de onde veio, nem qual a sua direção, mas Maria entregou-se a ele como se nunca tivesse dito - Não!
Com o vento batendo-lhe a porta... Em rajadas de solidão, Maria vê afastar-se - mesmo segurando suas mãos...
Foi assim aquele dia, no qual Maria perdera a razão... Deixou-se levar... Poderia ser um dia qualquer, desses que não precisa ser perfeito...
E Maria ate hoje, relembra de sua odisseia - em sonhos vai ate as nuvens e quando acorda, toca seus pés no chão...
Albertina Chraim