EU TE AMO

Começamos um amor de uma forma muito diferente. Éramos apenas amigos, o amor era gaiato, só de brincadeira, era uma coisa muito gostosa estarmos juntos. Parecia que não tínhamos compromisso. Havia carinho, companheirismo, solidariedade e fidelidade. Tudo era partilhado com sinceridade.

Ela me amava demais. Eu pensava que a amava de menos. Não é uma justificativa, mas eu já tinha casado sem amor e não deu certo. Depois casei por amor e também não deu, então pensava em não me envolver. Tinha medo de amar e era tão bom ser amado...

No entanto rindo e brincando fomos ficando juntos e assim ficamos por quase seis anos. Só não ficamos mais porque o destino interferiu nesta relação. Hoje eu descobri que seria ótimo ter vivido a vida inteira ao lado dela. Ficou um gosto de quero mais. Eu sofri muito (os outros nem perceberam, muitos nem acreditaram, mas eu ainda sofro e tenho saudades).

Eu penso que ela podia ter sido mais sincera... Talvez para viver uma fantasia ela tornou pública nossas fantasias. Eu fiquei com cara de palhaço e ela acabou se tornando a santa. Mas não ligo. Não me importo com o que pensam os infelizes, que invejavam a nossa felicidade.

Eu ainda sou feliz, só pensando nela e nos bons momentos vividos, mas também porque eu decidi que nada me tornará infelizes, ninguém irá interferir no que eu decidi, e eu decidi que não dependo de ninguém para ser feliz. Esta é uma decisão minha sobre o que eu quero pra mim.

Eu sobrevivi, poderia ter sido ela, também sobreviveram as mentiras, mas isto não me importa. Tenho saudades dela e decidi que mesmo sem poder tocar seu corpo estamos juntos porque ela sobreviveu dentro de mim, mesmo que na intimidade do nosso quarto eu não possa mais dizer-te “Eu te amo” sobrevivemos a tudo e a todos.

________________________________

20.06.13

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 20/06/2013
Código do texto: T4350304
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.