CINISMO.
Cinismo é tirar proveito da própria torpeza.
Dizia o grande educador Padre Leonel Franca: “Eis a questão da liberdade. Estudêmo-la serena e imparcialmente. A existência de um fato não depende das construções arbitrárias dos filósofos; verifica-se. A observação é, no caso, o único tribunal autorizado a pronunciar-se”. Autor citado, obra “Liberdade e determinismo”, fls. 10.
Observemos os fatos acontecidos no momento na nação brasileira, surpreendentes pela velocidade e intensidade. A observação deve ser o tribunal autorizado, como dizia o notável educador. Quem tem dois olhos pode observar, desnecessário ser relevante hermeneuta. Não falta pauta como dizem os que não observam, a pauta é abrangente. Por trás dos fatos o silêncio dos que motivaram os fatos, ou o não-silêncio que devia ser voz nos momentos certos.
É efetiva a ação do direito na sociedade?
Cumpre o Estado seu Ordenamento Fundamental; a Constituição?
É realidade ou ficção o desígnio legislativo?
“O princípio republicano exige que o sentir meditado da comunidade norme (legisle efetivamente e limpamente) a conduta daqueles a quem incumbe o manejo de seus assuntos; porém não requer uma atitude incondicional de condescendência com cada brisa repentina de paixão, nem com cada impulso passageiro que se comunique ao povo por obra das artimanhas dos que afagam seus prejuízos com o fim de atraiçoar seus interesses”. “O Federalista”, “The Federalist”, fls.288.
É preciso observar, ser prudente, não atravessar o direito acima da legitimidade, e principalmente, observar o cinismo que se alastra.