O POVO E O PODER
Ontem por volta das 22h30 eu retornava de um evento quando tive que passar pelo eixo N1, a pista norte da Esplanada dos Ministérios, tomei um susto quando avistei a quantidade de pessoas que literalmente tomaram o Congresso Nacional, havia gente em tudo quanto era espaço e lugar, desde sobre o teto até os espelhos d’água.
Pasmo ou incrédulo pude vislumbrar a força do povo, paramos o carro, eu, meu filho e um amigo saímos para poder melhor ver o que acontecia. Muitas viaturas, gente de todas as idades, com a predominância dos jovens, que desta vez estavam sem suas caras pintadas, mas tinham o mesmo vigor de quando colocaram um ex presidente pra fora do poder.
Chegamos até o limite da pista e olhando para baixo podíamos ver aquela massa popular que reivindicavam apenas o poder de expressar sua indignação pelos desmandos dos governantes e pelas agressões sofridas no dia da inauguração do monstro nacional, o tal de estádio mané garrincha. Dessa vez a polícia apenas os acompanhava, já que todas as desculpas dadas pelos comandantes pelas torturas sofridas pelos manifestantes no dia do jogo em nada justificaram toda selvageria.
Após alguns minutos olhando aquela situação e comprovando o que já é lógico que o povo é quem detém o poder, fiquei imaginando o desfecho dessa história e cheguei a conclusão que muita coisa ainda vem por aí, já que agora temos a internet e podemos marcar encontros diversos, entre os quais uma passeata mansa e pacífica para dizer quem somos e o que queremos. Eu e meus pares então decidimos ir já que estávamos parados em filha dupla.
Ao caminhar para o carro vi dois jovens pedindo carona, eram participantes do movimento e queriam se deslocar rumo a rodoviária, segundo eles iriam pegar seu carro que estava estacionado perto do Teatro Nacional. Ofereci a carona e no caminho a menina, com aproximadamente uns 18 anos, se explicava dizendo que eles queriam ser ouvidos, que queriam mostrar que o povo é o verdadeiro “dono” do poder; o garoto, talvez com uns 20 anos, também dizia que bastava de todas as “sacanagens” que os governantes faziam, dentre elas construir estádios que para nada servem, salvo para uma seleta classe privilegiada que pode pagar R$300,00 para assistir jogos, que portanto, estavam ali para dizer tudo isso e outras coisas mais.
Após ouvir os jovens não me contive, me imaginei no lugar deles, com seus ideais, com suas atitudes, afinal de contas eu também já fui jovem e sei como é ser jovem. Entre suas qualidades sem dúvida nenhuma está o destemor, a coragem, a atitude de lutar e gritar por aquilo que você acredita, me vi nos anos 70, quando fiz muita coisa que hoje apenas guardo na recordação e as vezes me pergunto como fui capaz de fazer aquilo, somente tendo um ideal embora sendo tachado de louco por quem me assistia. Virando-me para eles disse o seguinte: tenho orgulho de vocês, vocês são dignos de todas as honras patriotas, com seus gritos vocês conquistam o melhor para a maioria que muitas vezes até criticam vocês, mas eu precisava dizer isso, que Deus os proteja.
A garota de forma cordial disse que minhas palavras a deixavam muito feliz, já que muita gente os chamavam de vagabundos, baderneiros. Disse à ela que esses que assim se referiam a eles não eram dignos de ser ouvidos, muito menos considerados, já que na totalidade eles querem que assim continue, pois devem está levando algum dinheiro, alguma vantagem.
Paramos perto do teatro, eles desceram e foram com destino ignorado, para mim ficou apenas uma lição que me levou diretamente a letra de Joaquim Osório, no trecho: “Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte.”
Ontem por volta das 22h30 eu retornava de um evento quando tive que passar pelo eixo N1, a pista norte da Esplanada dos Ministérios, tomei um susto quando avistei a quantidade de pessoas que literalmente tomaram o Congresso Nacional, havia gente em tudo quanto era espaço e lugar, desde sobre o teto até os espelhos d’água.
Pasmo ou incrédulo pude vislumbrar a força do povo, paramos o carro, eu, meu filho e um amigo saímos para poder melhor ver o que acontecia. Muitas viaturas, gente de todas as idades, com a predominância dos jovens, que desta vez estavam sem suas caras pintadas, mas tinham o mesmo vigor de quando colocaram um ex presidente pra fora do poder.
Chegamos até o limite da pista e olhando para baixo podíamos ver aquela massa popular que reivindicavam apenas o poder de expressar sua indignação pelos desmandos dos governantes e pelas agressões sofridas no dia da inauguração do monstro nacional, o tal de estádio mané garrincha. Dessa vez a polícia apenas os acompanhava, já que todas as desculpas dadas pelos comandantes pelas torturas sofridas pelos manifestantes no dia do jogo em nada justificaram toda selvageria.
Após alguns minutos olhando aquela situação e comprovando o que já é lógico que o povo é quem detém o poder, fiquei imaginando o desfecho dessa história e cheguei a conclusão que muita coisa ainda vem por aí, já que agora temos a internet e podemos marcar encontros diversos, entre os quais uma passeata mansa e pacífica para dizer quem somos e o que queremos. Eu e meus pares então decidimos ir já que estávamos parados em filha dupla.
Ao caminhar para o carro vi dois jovens pedindo carona, eram participantes do movimento e queriam se deslocar rumo a rodoviária, segundo eles iriam pegar seu carro que estava estacionado perto do Teatro Nacional. Ofereci a carona e no caminho a menina, com aproximadamente uns 18 anos, se explicava dizendo que eles queriam ser ouvidos, que queriam mostrar que o povo é o verdadeiro “dono” do poder; o garoto, talvez com uns 20 anos, também dizia que bastava de todas as “sacanagens” que os governantes faziam, dentre elas construir estádios que para nada servem, salvo para uma seleta classe privilegiada que pode pagar R$300,00 para assistir jogos, que portanto, estavam ali para dizer tudo isso e outras coisas mais.
Após ouvir os jovens não me contive, me imaginei no lugar deles, com seus ideais, com suas atitudes, afinal de contas eu também já fui jovem e sei como é ser jovem. Entre suas qualidades sem dúvida nenhuma está o destemor, a coragem, a atitude de lutar e gritar por aquilo que você acredita, me vi nos anos 70, quando fiz muita coisa que hoje apenas guardo na recordação e as vezes me pergunto como fui capaz de fazer aquilo, somente tendo um ideal embora sendo tachado de louco por quem me assistia. Virando-me para eles disse o seguinte: tenho orgulho de vocês, vocês são dignos de todas as honras patriotas, com seus gritos vocês conquistam o melhor para a maioria que muitas vezes até criticam vocês, mas eu precisava dizer isso, que Deus os proteja.
A garota de forma cordial disse que minhas palavras a deixavam muito feliz, já que muita gente os chamavam de vagabundos, baderneiros. Disse à ela que esses que assim se referiam a eles não eram dignos de ser ouvidos, muito menos considerados, já que na totalidade eles querem que assim continue, pois devem está levando algum dinheiro, alguma vantagem.
Paramos perto do teatro, eles desceram e foram com destino ignorado, para mim ficou apenas uma lição que me levou diretamente a letra de Joaquim Osório, no trecho: “Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte.”