Profissão ladrão.
Profissão ladrão.
Nem sempre o caminho mais fácil é o mais adequado. E muitas vezes aquilo que se apresenta como o caminho mais fácil, com o tempo acaba se revelando o mais difícil. Faço esta observação baseado nos furtos que são praticados por ladrões e ladras diariamente no centro da cidade. Todos os dias estes indivíduos estão no centro da cidade praticando furtos e roubos, ou seja, virou profissão.
Provavelmente o início dessas “atividades” começou com a necessidade de adquirir dinheiro ou mesmo uma concepção de arranjar dinheiro fácil lesando alguns “otários”. Mas ao se acostumar com este tipo de “atividade” torna-se explícito que aquilo que era uma esperteza acabou tornando-se uma profissão. Digo profissão porque da mesma forma que o trabalhador sai diariamente para labutar em seu emprego nas mais variadas ocupações, o larápio sai para roubar. E não é fácil a profissão de ladrão porque o indivíduo sabe que o que faz é errado, e isto se explicita no fato de ter que correr da polícia, agir e andar sorrateiramente no meio da população, ou seja, aquilo que era o mais fácil tornou-se difícil.
O trabalhador comum, chamado de otário pelo ladrão, vai tranquilamente para o seu trabalho, desempenha suas atribuições e vai embora com a consciência tranquila e não precisa mentir pra si mesmo que aquilo que realizou é algo bom. O ladrão, ao contrário, tem que mentir pra si mesmo que o que fez é bom porque na verdade ele sabe que o que faz é ruim e nocivo à sociedade e para ele mesmo. Tanto sabe que corre da polícia e não frequenta os mesmos locais públicos que a maioria da população, e seu habitat são bares ou guetos onde se confraterniza com seus pares. Não frequenta determinados locais porque parte da população já os conhecem e, consequentemente, os desprezam e os evitam. Ao mesmo tempo em que são excluídos, eles se excluem porque não se sentem bem em meio as pessoas que não tem o hábito de roubar.
Há ladrões e ladras que são conhecidos pela população e que já estão nesta “atividade” há décadas. É triste ver aquelas figuras sinistras e que se acham os “espertos”, e denominam-se malandros andarem pelos meandros esperando a oportunidade para lesar alguém. E como não estudaram e não tem profissão alguma, o que lhe resta é roubar e viver este triste e lamentável cotidiano, ou seja, aquilo que no início era o caminho mais fácil com o tempo revela-se o caminho mais difícil, porque é muito mais fácil sair de sua casa diariamente e trabalhar de forma honesta.
Caro leitor, imagine o sujeito sair de sua casa para roubar, dia após dia, ano após ano. Todo sujeito tem uma noção do que é o bem e do que é o mal. Para roubar diariamente faz-se necessário o sujeito realizar uma inversão de valores em sua mente, e assim considerar consigo mesmo que o mal para ele é o bem, e que o bem para ele é o mal, ou seja, caminha pela estrada mais difícil.