A TERCEIRA IDADE E O BOM HUMOR
Li no jornal uma matéria, sobre uma exposição muito bem humorada, que está ocorrendo na Espanha.
A exposição, além de fotos divertidas, traz textos sobre as mulheres que alcançaram a terceira idade.
Um relato bem humorado, conta de uma senhora que, guarda sua melhor roupa intima, para usá-la, quando vai a consulta do ginecologista.
Pois é, a idade não destroe nosso bom humor, muito ao contrário.
Vai nos dando entendimento, para apreciar a cada dia, mais e mais a vida. Eu posso garantir, que com o passar dos anos, aprendi a sorrir principalmente de mim mesma.
Vejo que os anos quando bem vividos, nos trazem o amadurecimento, que não é sinônimo de cara fechada.
Vamos dando valor aos pequenos acontecimentos do dia a dia, e não ficamos esperando somente ocasião especial para celebrarmos.
Lembro-me de minha ávo paterna, a nona Assunta. Estava com mais de oitenta anos e vivia na casa de uma de suas noras.
Ficava claro, quando eu ia visitá-la, que ela não tinha nenhuma liberdade, nem sequer para se expressar. Pois, era podada em quase todas as suas opiniões ou casos que contava. Mas isso, não impedia, minha querida ávo, de continuar a distribuir seu lindo sorriso. Ou de sozinha em seu quarto, tingir seus cabelos brancos, num tom de cinza prateado, que lhe deixava os olhos que eram de um azul belíssimo, ficarem ainda mais expressivos.
Era comum ela receber críticas, por pintar os cabelos, sua nora, lhe dizia: "pra que essa vaidade, nessa idade". Mas ela, não se deixava abater, por vezes via-se uma tristeza, a lhe passar pelos olhos da cor do céu. Porém, logo ela com um lindo sorriso, contava algo, e mudava o tom da conversa. Ainda achava gosto de cantar suas belas canções napolitanas.
E quando aos domingos, sua irmã Pascoalina, chegava. Elas, alegres se punham a dançar e cantar, espantando toda tristeza que pudesse existir em seus corações.
Lembro-me, de um domingo em que fui visitá-la, em momentos que ficamos sozinhas conversando. Ela segurou minha mão e me perguntou, se eu tinha uma boa lembrança para guardar dela, quando ela não estivesse mais nesse mundo.
Eu disse: tenho muitas vó, mas os lanches deliciosos que a senhora me levou lá na farmácia, na semana inteira que tive que fazer aqueles dolorosos curativos, por conta daquele grave ferimento que sofri , nunca vou esquecer.
Ela então me disse: "Mas era só pão com ovo frito, coisa tão simples". Eu respondi: que nunca iria esquecer, pois assim que eu entrava na farmácia, a primeira pessoa que via, era ela a segurar com carinho, o lanchinho, que vinha embrulhado no papel de pão. Essa é uma cena que guardarei pra sempre em meu coração.
E nessa conversa eu perguntei: "Vó, como a senhora consegue ser tão alegre, pois sei que a convivência aqui nao e fácil, pra senhora". Ela sabiamente me respondeu: " minha mãe, sempre repetia um pensamento que tem sido minha oração do dia a dia"
"NAO CONTE AO TEU DEUS, O TAMANHO DO TEU PROBLEMA, MAS CONTE AO TEU PROBLEMA O TAMANHO DO TEU DEUS". E acrescentou: " esse hábito tem feito toda diferença em minha vida."
Com minha vó Assunta aprendi que, ter bom humor não é pouca coisa não. E não se resume a estar sempre contando fatos engraçados. Creio que é algo muito mais profundo e está ligado a paz interior, a confiança, esperança e otimismo que cultivamos.
O ser humano se não morrer jovem, fatalmente ficará idoso.
Porém, não necessariamente será velho, pois velho é algo sem lustro, sem luz, poído pelo tempo, sem beleza.
Eu confesso que há dias, que ao invés de lustrar a minha luz, eu jogo poeira sobre ela. Mas percebo que quando deixo o bom humor me invadir a luz volta a brilhar.
(Imagem: Lenapena - Holanda)
Li no jornal uma matéria, sobre uma exposição muito bem humorada, que está ocorrendo na Espanha.
A exposição, além de fotos divertidas, traz textos sobre as mulheres que alcançaram a terceira idade.
Um relato bem humorado, conta de uma senhora que, guarda sua melhor roupa intima, para usá-la, quando vai a consulta do ginecologista.
Pois é, a idade não destroe nosso bom humor, muito ao contrário.
Vai nos dando entendimento, para apreciar a cada dia, mais e mais a vida. Eu posso garantir, que com o passar dos anos, aprendi a sorrir principalmente de mim mesma.
Vejo que os anos quando bem vividos, nos trazem o amadurecimento, que não é sinônimo de cara fechada.
Vamos dando valor aos pequenos acontecimentos do dia a dia, e não ficamos esperando somente ocasião especial para celebrarmos.
Lembro-me de minha ávo paterna, a nona Assunta. Estava com mais de oitenta anos e vivia na casa de uma de suas noras.
Ficava claro, quando eu ia visitá-la, que ela não tinha nenhuma liberdade, nem sequer para se expressar. Pois, era podada em quase todas as suas opiniões ou casos que contava. Mas isso, não impedia, minha querida ávo, de continuar a distribuir seu lindo sorriso. Ou de sozinha em seu quarto, tingir seus cabelos brancos, num tom de cinza prateado, que lhe deixava os olhos que eram de um azul belíssimo, ficarem ainda mais expressivos.
Era comum ela receber críticas, por pintar os cabelos, sua nora, lhe dizia: "pra que essa vaidade, nessa idade". Mas ela, não se deixava abater, por vezes via-se uma tristeza, a lhe passar pelos olhos da cor do céu. Porém, logo ela com um lindo sorriso, contava algo, e mudava o tom da conversa. Ainda achava gosto de cantar suas belas canções napolitanas.
E quando aos domingos, sua irmã Pascoalina, chegava. Elas, alegres se punham a dançar e cantar, espantando toda tristeza que pudesse existir em seus corações.
Lembro-me, de um domingo em que fui visitá-la, em momentos que ficamos sozinhas conversando. Ela segurou minha mão e me perguntou, se eu tinha uma boa lembrança para guardar dela, quando ela não estivesse mais nesse mundo.
Eu disse: tenho muitas vó, mas os lanches deliciosos que a senhora me levou lá na farmácia, na semana inteira que tive que fazer aqueles dolorosos curativos, por conta daquele grave ferimento que sofri , nunca vou esquecer.
Ela então me disse: "Mas era só pão com ovo frito, coisa tão simples". Eu respondi: que nunca iria esquecer, pois assim que eu entrava na farmácia, a primeira pessoa que via, era ela a segurar com carinho, o lanchinho, que vinha embrulhado no papel de pão. Essa é uma cena que guardarei pra sempre em meu coração.
E nessa conversa eu perguntei: "Vó, como a senhora consegue ser tão alegre, pois sei que a convivência aqui nao e fácil, pra senhora". Ela sabiamente me respondeu: " minha mãe, sempre repetia um pensamento que tem sido minha oração do dia a dia"
"NAO CONTE AO TEU DEUS, O TAMANHO DO TEU PROBLEMA, MAS CONTE AO TEU PROBLEMA O TAMANHO DO TEU DEUS". E acrescentou: " esse hábito tem feito toda diferença em minha vida."
Com minha vó Assunta aprendi que, ter bom humor não é pouca coisa não. E não se resume a estar sempre contando fatos engraçados. Creio que é algo muito mais profundo e está ligado a paz interior, a confiança, esperança e otimismo que cultivamos.
O ser humano se não morrer jovem, fatalmente ficará idoso.
Porém, não necessariamente será velho, pois velho é algo sem lustro, sem luz, poído pelo tempo, sem beleza.
Eu confesso que há dias, que ao invés de lustrar a minha luz, eu jogo poeira sobre ela. Mas percebo que quando deixo o bom humor me invadir a luz volta a brilhar.
(Imagem: Lenapena - Holanda)