HINO TACITURNO

HINO TACITURNO

Escuta, ó Pátria Amada, o clamor

De um povo miserável e faminto

Que por direito tem a terra e o céu

E com luta conseguiu o seu registro

Não deixe o seu filho ao relento

Sentindo o frio intenso do abandono

Cubra-o com a coberta da justiça

E se puder desperte-se desse sono

Ó pátria mãe, nos dê a sua benção

E escreva uma nova história

Fazendo, assim, seu filho cidadão

Para que possa encontrar a glória

Erga a sua clava forte de uma vez

Que seus filhos não temem disputa

Levante a sua voz como um clamor

Convocando todos para a luta

Mas seus olhos estão cegos

E seus ouvidos estão surdos

Pois já não consegue notar

Em sua volta os absurdos

ó madrasta,

assim te chamo,

mas ainda te amo

nos salve, salve

volte a ser idolatrada

admirada

palmas, palmas

Na cama da desgraça, o povo dorme

E acorda com o grito da barriga

Enquanto comem o orgulho do povo

Dorme sem saber que é subtraída

Os amantes já não têm mais amores

O descaso adormeceu seus corações

As flores já não nascem no quintal

E ficaram mudas as nossas canções

Mas se alguém lhe insulta, ó mãe

Com palavras de ordem e demagogia

Seus filhos mais amados se rebelam

Bradando contra a voz da hipocrisia

Enquanto se esconde dentro do castelo

E se fecha para o progresso e a glória

Seus heróis com “fomes” e cansados

Ainda têm forças para buscar a vitória

Mas seus olhos estão cegos

E seus ouvidos estão surdos

Pois já não consegue notar

Em sua volta os absurdos

ó madrasta

assim te chamo

mas ainda te amo

nos salve, salve

volte a ser idolatrada

admirada

palmas, palmas

Mário Paternostro