"ESTELIONATO RELIGIOSO" DO PASTOR SILAS MALAFAIA!

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A chamada “reforma protestante” na Idade Média, do século V ao XV, teve como um de seus principais fundamentos, a venda de indulgência com pagamento em dinheiro (perdão dos pecados), pela Igreja Católica. Historicamente, na Alemanha, o monge Martinho Lutero, influenciado pela obra de Santo Agostinho, instituiu 95 teses atacando a venda de indulgência, rejeitando a hierarquia religiosa, o celibato, o uso do latim nos cultos, o conceito de que o pão e o vinho se transformavam no corpo e sangue de Cristo, mantendo-o apenas com um rito simbólico, conservando apenas o sacramento do batismo e da eucaristia. Isso aconteceu em 1527 e estava fundada a que se denominou chamar de “Protestantismo”, ou o “primeira grande Cisma da Igreja Católica”.

Durante o período compreendido entre o século V e o XV, a Igreja Católica foi a mais influente e poderosa força do mundo, mas possuía uma estrutura hierárquica rígida e uma organização centralizada. Era a maior proprietária de terras na Europa e muitas riquezas. Mas, o “Protestantismo”, no século XV, começou a criar as idéias humanistas, que passaram a apontar deturpações cometidas pela Igreja e por alguns papas daquela época. No século XVI, houve a ruptura na estrutura da Igreja Católica Roma, com a publicação das ideias do monge católico alemão Martinho Lutero.

As causas para o rompimento e a criação da cisma na Igreja Católica, foram várias, como o desenvolvimento do comércio pela burguesia, a formulação dos Estados Nacionais, o Renascimento Religioso, com a releitura de textos do Antigo e do Novo Testamento, o que propiciou uma comparação entre os ensinamentos de Cristo e as doutrinas da Igreja Católica, muito apegada aos seus bens materiais, recorrendo muitas vezes a políticas abusivas, como a simonia (comércio de objetos religiosos), a venda de cargos eclesiásticos e a venda de indulgências – perdão dos pecados com pagamento em dinheiro.

De lá para cá, outros cismas aconteceram dentro da Igreja Católica, ela perdeu espaço para muitas outras religiões que surgiram depois, novas igrejas foram criadas e novos princípios foram estabelecidos. Eu até sinto simpatia por algumas dessas Igrejas, cultos ou como possam ser definidos esses novos templos.

Mas o que propôs o pastor Silas Malafaia, de doar parte do aluguel, pagamento das prestações do programa “Minha Casa, Minha Vida” ou, para quem vive de favores na casa dos outros por não possuir casa própria, dizendo que Deus lhes daria à tão sonhada casa própria, já se trata de um novo modelo de “estelionato religioso”, como perfeitamente definiu o bem preparado e viajado advogado Marcio A. M. D. Moraes, residente no Rio de Janeiro, ao repassar-me o vídeo que circula pela internet!

Se o alemão Martinho Lutero voltasse do túmulo só para assistir o vídeo com a proposta estelionatário/religiosa do pastor Silas Malafáia, por quem nutria uma consideração e não nego que assistia a algumas de suas pregações retornaria para o túmulo mais rápido ainda, tal é o aspecto imoral que fez surgir a doutrina protestante, que respeito muito, principalmente porque está ocupando um espaço social importante em defesa do que fazia a Igreja Católica, até fins dos anos 70 e um pouco mais no Brasil durante a ditadura militar, cuidando da alma e das coisas materiais dos brasileiros.

Mesmo a despeito de alguns comentários não tão elogiosos contra alguns movimentos sociais, o carioca Silas Lima Malafaia, membro da Igreja Assembléia de Deus Vitória em Cristo, presidente da Editora Central Gospel, é graduado em psicologia, membro do Conselho Internacional de Ministros Evangélico do Brasil, que congrega 8.500 igrejas, mas o a proposta feita ao seus fiéis é imoral, irracional, ilógica e merece todo meu repúdio, apesar de saber que Deus está me mantendo vivo!

Meu mais profundo respeito às Igrejas Evangélicas, mas sabiam que o pastor Silas Malafaia é o terceiro pastor mais rico do Brasil, com uma fortuna estimada em 150 milhões de dólares? Mas, tenho certeza que esse valor não é resultado da venda de seus livros ou de seu trabalho como psicólogo, porque ambas as atividades são pouco reconhecidas no Brasil e muito mal remuneradas. No caso da venda de livros, o autor que pesquisou por anos a fio, recebe no máximo 10% do valor de capa de sua obra e o psicólogo sempre foi muito mal remunerado, como também algumas profissões de cunho social.

Repudio veementemente a manifestação feita por canal de TV, pelo aludido pastor, por entender que o povo brasileiro precisa se libertar de toda essa propagada religiosa pelos meios de televisão, principalmente quando se ela propõe, de forma imoral, ao perdão Divino com destinação de parte dos pagamentos de seus aluguéis ou pagas à casa própria e etc., chamando praticamente a sociedade de analfabeta, como se não soubesse qual o verdadeiro direcionamento dos valores, embora tenha conhecimento que a Constituição do Brasil seja laica! Tudo o que nunca quis Martin Lutero quando defendeu a reforma protestante!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 17/06/2013
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