ATIRE A PRIMEIRA PEDRA...
ATIRE A PRIMEIRA PEDRA...
"Sei, Mulher, / que você mesma vai dizer /
que eu voltei pra me humilhar. / É, mas não
faz mal, / você pode até sorrir... / perdão
foi feito pra gente pedir"!
(ELZA SOARES, deusa do Samba, interpretando
Ataulfo Alves & Mário Lago, em música de 1923)
Escrever nem sempre é um dom, por vezes é um castigo, no meu caso pelo menos. Bajuladores parecem não ter nenhuma inclinação para a escrita -- exceto um ou outro Garcia, entenda quem puder! -- e, como a leitura permite muitas interpretações, cá estou prestes a perder uma colega virtual, apenas por ter sido o que sempre fui, sincero e direto.
Desde que me pensei escritor, isso por volta de 1987/88 -- cartas eu já produzia a partir dos 16/17 anos -- tive inúmeros textos publicados gratuitamente, quase sempre poesias. Enquanto cataloguei, foram exatos 295 artigos, impressos em jornais e revistas literários de 52 Cidades em 11 Estados. Nessa co(n)ta entram 2 dúzias (ou mais) de obras pagas, normalmente em 14 ou 15 coletâneas e jornais. Desse acervo -- à revelia dos Correios de meu bairro, que me prejudicou sempre que pôde -- boa parte virou "cinzas" em 2009... o restante foi doado ao prof. Abílio Pacheco, de Belém do Pará.
Esse "intróito" faz-se necessário apenas para demonstrar que ainda há muita gente abnegada Brasil a fora, produzindo revistas, jornais e LIVROS com textos alheios, sem cobrar 1 centavo por isso. "Otordia" -- como diria minha mãe, que não sabia ler nem escrever, mas fazia questão de votar -- "tropecei" numa dessas pessoass via Internet e, adiante, ofereci meu livro de contos "Quase Nada..." para ser publicado, em troca de 10 exemplares, conforme a proposta da senhora editora. Aceitei a contra-gôsto transpôr meus textos para esse "Português de botequim" que o PTismo estéril está OBRIGANDO 200 milhões de "brazilêrus" a adotar, tudo para agradar (?!) 20 ou 30 milhões de cultores do Português arcaico d'além-mar, prática que nem mesmo os escritores e jornalistas lisboetas aceitaram.
Numa Democracia de farsa, somos OBRIGADOS a tudo, enquanto a União e os Estados não cumprem NADA do que prometem à população ou que esta espera deles. No caso em pauta, a Editora A.N.H. exigia uma declaração manuscrita de autoria dos textos enviados. Atualmente, as coisas na Internet são mais práticas: enviou (por email) ou postou... É SEU; se não fôr seu, não envie! A alternativa é informar com clareza a fonte de pesquisa ou o real Autor da obra.
No espaço para debates da entidade (ONG?) "de Apoio ao Escritor", blog mantido pela editora para os inscritos no projeto ou que pretendem fazê-lo, surgiu a primeira celeuma. Declinei do convite para concordar com a venda do futuro livro também pela empresa de ebooks ligada à Editora ou, pelo menos, à serviço dela. -- "Era muita ingratidão!", "metralhou" uma amiga da dona do projeto. No meu ponto de vista não era, eu pretendia ceder a obra para uma editora virtual com mais contatos e franquiasna Europa e USA, o que até onde sei não era o caso da empresa apontada/sugerida por ela.
Em 13/junho, passados uns 45 dias do meu envio (em 25/4), eis que me surpreende um email dela dizendo que... 1) seu livro tem várias PAGENS (seria passagens? páginas?) de livros de outros autores; 2) não compreendi seu texto; 3) seus textos estão confusos, e 4) para editar seu livro preciso do material certo.
Como a Lingua Portuguesa permite várias interpretações, a mensagem dela deu-me a entender que eu estava sendo acusado de PLÁGIO. Infelizmente, não posso reproduzir os 2 ou 3 emails da Sra editora por questões de respeito ao sigilo, mas exponho aos eventuais leitores minha resposta ao "caminhão" de equívocos jogados de surpresa em minhas costas:
Enviadas: Quinta-feira, 13 de Junho de 2013 19:05
Assunto: Editar seu livro. / SERÁ ENGANO ?!
Cara Amiga Sra M... !
Fiquei mais surpreso que a Sra com a declaração de que os textos enviados "tem várias páginas de livros já publicados...", só não entendi a declaração de que MEUS TEXTOS são de autores conhecidos.
Como participei de 14 ou 15 COLETÂNEAS, a maior parte delas no Rio Grande do Sul, alguns dos meus contos foram mesmo PUBLICADOS. Quanto ao resto, É ENGANO mesmo, não preciso nem nunca precisei copiar seja o que fôr, de ninguém.
Meu livro está INTEIRO no blog
http://natoazevedo-quasenada.blogspot.com/
Comparem com o que lhes enviei... deve estar havendo alguma confusão com obras enviadas por outros Autores. Felizmente, tenho ATÉ OS RASCUNHOS (desde o ano 2000... ou antes disso) de boa parte dos textos que publiquei até hoje. O professor gaúcho que fez a APRESENTAÇÃO é profundo conhecedor de autores diversos, de boa parte do Brasil. Êle seria o primeiro a identificar PLÁGIO ou adulteração de obras alheias, se eu tivesse feito algo assim.
Abs, NATO AZEVEDO
Entendendo que a diretora do projeto A.N.H. -- por sua experiência no ramo -- não cometeria tais enganos, dirigi o email ao nome menos conhecido da mensagem anterior... "santa idiotice", apesar das 2 assinaturas (?!) o email tinha 1 dona só, a declarar que:
1) compreendia minha explosão,
2) eu era pessoa de difícil diálogo,
3) entendeu que meus textos "ERAM LIVROS PUBLICADOS" (sic) e ela só avaliava autores inéditos,
4) reclamava que eu "só a ofendia", e que
5) lhe enviara "muitos títulos SEM CORPO".
Pelo menos esclarecia o suposto PLÁGIO, único engano meu, "reforçado" pela insistência dela em dizer que "havia textos de outros autores" em meu livro. Ora, tratava-se "apenasmente" de citações usadas tradicionalmente na abertura de qualquer obra, singela homenagem a outros escritores, cujo pensamento venha de encontro ao conteúdo de nossa obras. Conhecidas como EPÍGRAFES, são frases líricas ou filosóficas do agrado de cada Autor.
Que ATIRE A PRIMEIRA PEDRA quem ler (ou ver) nas mal traçadas linhas de meu email qualquer sinal de rudeza, de falta de respeito (ou de educação) com a remetente. Embora concorde que não fui acusado de plágio, discordo frontalmente quando ela afirma que NÃO SEI "como é difícil publicar livros DE GRAÇA".
Engana-se mais uma vez a Sra editora... todas as minhas obras, produzidas EM XEROX, foram doadas, enviadas às minhas custas muitas vezes por esse Correio/ECT no qual não confio nem um pouco. O livreto ilustrado (com desenhos alheios e próprios) "Palavras ao Vento" teve perto de 40 exemplares distribuídos, entre 1985/86. Coordenei e EDITEI em fev./1987 a coletânea LIVRENCONTRO, com 16 poetas da cidade de Vigia, no norte do Pará, capa em 2 cores e 110 exemplares de tiragem inicial, patrocinados pela Viação ESTRELA DO MAR. Mesmo assim, um jovem poeta local tentou me impedir de participar da obra, por não ser eu vigiense. Só a intervenção de um professor amigo (JRSM, natural do Maranhão), que ameaçou retirar seu nome do livro, fez o rapaz recuar. Mal sabia êle que, 2 anos antes, escapou de ficar desempregado por absoluta consideração de minha parte. O prefeito me ofereceu a direção da Biblioteca Municipal, do qual era responsável... dispensei a oferta, preferindo atuar com o futebol infanto-juvenil, onde realizei 23 torneios em ano e meio, o último deles com 32 times em 3 campos distintos.
Já do primeiro "livro" "Quase Nada..." -- miscelânea com letras de música, crônicas, poemas, muitos textos DE OUTROS autores, lançado em 1988 -- fiz 80 cópias, distribuídas entre amigos de Belém e algo via Correios, sem cobrar 1 centavo de ninguém. Por fim, dos folhetos de 4 pags "Jardim de Trovas" n°s 0, 1 e 2 produzi seguramente mais de 500 cópias, enviadas para o Brasil inteiro entre 1999 e 2003.
Achou pouco?! Saiba, pois, que sempre ofereci DE GRAÇA minha experiência como revisor e não foram poucos os amigos que dela fizeram uso. Do que me lembro no momento, o hoje livreiro -- dono de um "sebo" famoso em Belém -- Carlos Limma recorreu a mim em 1989 para editar os 2 n°s da "RE-VISTA PÔ-ÉTICA", resposta concreta ao marasmo que existia na (extinta?) APE-Assoc. Paraense de Escritores, voltada quase que exclusivamente para os autores de renome e escritores de destaque na Capital, do restante só interessavam as mensalidades.
Datilografei textos, revisei, colaborei com desenhoes e ilustrações (extraídas de HQs), transpuz de fita cassette meia hora de entrevista com o poeta Paes Loureiro e participei ativamente na construção do segundo número, o nº 1 na verdade, que a IOE-Imprensa Oficial impediu que Limma retirasse, por falta de pagamento. O jovem idealista vendera sua moto para "rodar" o nº 0... os mais de 100 associados da APE "ignoraram" olimpicamente um veículo criado paara êles, para os autores mais humildes e sem voz nem espaço na Associação.
Tive que suportar os "ataques" histéricos de um "Sargento Garcia" -- eternamente à serviço dos "poderosos" -- e paguei com a EXCLUSÃO de meu nome/biografia (e textos) da mais ampla pesquisa sobre escritores feita, creio eu, no Brasil, a "Introdução à Literatura no Pará", com 7 volumes e mais de 500 autores de todas as épocas. Fui um dos primeiros a enviar material... minha obra jamais constou dos 4 volumes iniciais e nem mesmo dos 3 seguintes.
Digitei, corrigi, refiz e organizei (em 2006?) o livro de poemas amorosos do iniciante Wilson dos Santos, aventuras extraconjugais postas no papel, para o qual fiz até um Prefácio, com a franqueza de sempre. Repeti tal trabalho na coletânea "A Poesia Urbana na Amazônia" (2008), da qual participo e cuja revisão só tem falhas poeque o computador grava automaticamente nossos rascunhos... mas não faz o mesmo com nossas correções. Vai daí, como entendo pouco de informática, fazia eu as correções e, esquecendo de SALVAR, tornava nulo todo o meu trabalho anterior.
Como se pode comprovar pelo exposto, não é só a amiga que trabalha DE GRAÇA... continuo a oferecer meus préstimos como revisor sempre que posso, provavelmente o fiz no seu caso. Infelizmente, sem Internet em casa e com um tempo mínimo nas Lanhouses, isso se torna muito difícil.
Quanto ao argumento de que meu livro é CONFUSO, de que não entendeu (?!) os textos e que enviei apenas os títulos (sem corpo?), volto a dizer... é mais um engano. Conferi os 2 emails lhe enviados em 25/abril pp., porque o computador da Lanhouse me impediu de juntá-los, para torná-los 1 obra só, o livro completo, no caso. Realmente, no fim do email vem escrito, à esquerda, "Mensagem Truncada"e, no lado oposto, "Exibir MENSAGEM COMPLETA". Cada email traz 10 ou 11 contos, faltando apenas 2 ou 3 que, acessados na direita, "surgem do nada", mais uma esquisitice dessa Informática maluca que não faz nada do que quero ou preciso.
Desconheço se a editora infantil leu meus contos ou se ficou apenas no Prefácio... não escrevo para crianças, querida, mas não há nada de CONFUSO em meus "rabiscos", quem quizer conferir basta acessar o livro inteiro (e os 3 blogs de crônicas, poesias e letras de música) no portal BLOGGERBrasil.
Desde o início de nosso contato sugeri que a Sra acessasse meu livro virtual. Curiosamente, NENHUM EDITOR gosta de fazê-lo! Um da Argentina exigiu que eu passasse tudo para o papel (mais de 140 pags) e lhe enviasse pelo Correio. Respondí-lhe que faria isso caso êle LESSE antes a obra no PC. Jamais me contactou! Embora no seu blog a amiga confirme para várias pessoas que visitou os sites delas, recusou-se a fazê-lo no meu caso.
Portanto, cara Sra, porque entendo e VALORIZO seu esforço e, como não quero mais um desafeto na vida, estou RETIRANDO meu livro de contos do seu cadastro de futuras publicações. Com ou sem pedras (e "pedradas"), não tenho porque lhe pedir perdão de coisa alguma, pois em nehum momento de nosso convívio eu a tratei com menos respeito e admiração do que a Senhora merece, pelo trabalho altruísta que realiza! Como bem disse um Cordel... "Adeus, te digo afinal, / adeus, te digo a chorar. / (...) vou dar descanso ao meu nome, / vou dar sossego ao lugar"!
"NATO" AZEVEDO (escritor e compositor)
www.overmundo.com.br/perfis/nato-azevedo