A POLÍCIA E A MANIFESTAÇÃO
 
 
 
Em qualquer país civilizado e que vive em um sistema de democracia é livre a manifestação pública, desde que não quebre os bens alheios e os públicos. No nosso país essa manifestação nunca é bem vinda pelos governos, ou seja, alguns podem roubar e desviar a vontade e se você for pras ruas com um cartaz protestar a polícia chega e mete o cassetete na cabeça de quem por perto estiver, sem contar os tiros de balas de borracha, bomba de gás e por aí vai.

No dia do tal jogo do Brasil(grande coisa) com o time do Japão, aqui em Brasília um grupo de pessoas decidiu ir às ruas e protestar contra essa balburdia que se tornou o gasto com a tal de copa. Estádios que custaram bilhões, compras sem necessidades, capas de chuvas que derrubaram comandantes etc. Tudo em nome da tal de copa. Todos sabem que o dinheiro está nos cofres mas não se pode meter a mão se não tiver um motivo, havendo o motivo aí fica fácil, eles inventam de tudo para superfaturar e encher os bolsos. E se aquele que revoltado estiver com toda essa patifaria tentar protestar eis que chega a polícia e mete o pau no coitado, quando na verdade deveria está metendo o pau nos que roubaram o dinheiro público e não nos que decidem gritar contra toda essa roubalheira.

A polícia que nada mais é que um instrumento de opressão do estado é para ser usado contra os que insistem em ficar fora da lei, pelo que me consta o protesto pacífico e ordeiro, contra a roubalheira não encontra sua tipicidade no Código Penal Brasileiro, logo, não é crime, é um direito do cidadão, e registre-se: cidadão corajoso porque milhões assim como eu sequer move um dedo para protestar. Há uma inversão dos valores, se bem que essa é outra qualidade do povo brasileiro, que costuma querer pegar na mão de político ladrão, como se de fato ele fosse um herói.

No dia seguinte ao do levante dos corajosos que decidiram gritar contra toda essa desordem de gastos públicos, o mais ridículo é a explicação dos comandantes para os excessos dos policiais, por mais que contra uma imagem não se tenha argumento, mas eles insistem em afirmar que o cidadão que foi culpado, que correu na frente da motocicleta e o policial não teve outra alternativa que não a de atropelar o coitado, embora tenha corrido em voltas. Que foi necessário os sprays de pimenta, as bordoadas, os chutes, as agressões gratuitas, segundo eles tudo para acalmar os ânimos, que como cidadãos que são, precisavam pegar uns tiros de balas de borracha para se acalmarem, pois estavam muito excitados.

Quem apenas ouve as explicações dos comandantes sem ver as imagens faz juízo de valor, como se os manifestantes fossem verdadeiros bandidos, os quais violaram “o direito dos governantes em colocar todo o dinheiro em seus bolsos”. Se bem que poderiam aparelhar melhor os hospitais, construir casas, investir pesadamente na educação de base, e inclusive suprir a própria polícia de armamento e cursos técnicos para que eles, os policiais, pudessem entender que o bandido está do outro lado, quem sabe, lhes dando ordem para massacrar aqueles que não aceitam inerte o saque dos cofres públicos.