O homem é um ponto entre o nada e o infinito.
Esta fala é do filósofo francês Blaise Pascal. Pascal diz “que o homem é um ponto entre o nada e o infinito. É tudo em relação ao nada e é nada em relação ao infinito". Acredito que a fala de Pascal apresenta-se verdadeira se analisarmos a situação do homem no universo. Até uma barata é alguma coisa em relação ao nada, e visto que a capacidade humana é muito superior a barata, podemos afirmar que o homem é tudo em relação ao nada. Agora se formos analisar o homem em relação ao universo que é infinito o homem é um nada, ou seja, o homem é algo muito pequeno, um pó ou grão frente ao universo.
Embora se apresente pequeno frente ao universo o homem é capaz de coisas grandiosas. De todos os animais é o único que saiu do estado de natureza e confeccionou inúmeros instrumentos que facilitam a sua breve estadia no globo terrestre. Inútil falar do conhecimento e da tecnologia que o homem produziu, porque isto é do conhecimento de todos. O leitor pode falar que este conhecimento e tecnologia não são partilhados por todos, fato que irei concordar e acrescentar que isto já outra discussão. Acredito que quando é dito que o homem é feito a semelhança de Deus, isto se dá em relação ao poder de criação. De todos os animais o homem é o único que cria objetos, e Deus, qualquer que seja o Deus que o leitor tenha em mente, é o Criador por excelência, tendo criado tudo, inclusive o homem.
Entretanto, se o homem tem toda a capacidade criativa citada no parágrafo anterior, é inegável que nada ou pouco pode fazer em relação a questões essenciais de sua existência. O homem não se produziu ao vir ao mundo, logo, não tem méritos em sua constituição física ou intelectual. Deste fato podemos observar que toda forma de preconceito ou racismo é fruto da ignorância, porque como alguém pode julgar-se melhor que o outro se não teve qualquer mérito na aquisição dos atributos naturais que possui. O homem também nada pode fazer em relação ao término de sua existência na vida terrestre, e tampouco saberá dizer a hora e aonde irá morrer. Em relação ao amor, que é outra questão essencial da existência humana, o homem pouco pode fazer porque no amor verdadeiro não se escolhe a pessoa a quem irá amar.
O leitor pode analisar outras questões fundamentais relacionadas à existência humana e irá perceber que o homem pouco ou nada poderá fazer frente a estas questões. Deste modo, acredito que podemos concordar com o aforismo de Blaise Pascal de que o homem é um ponto entre o nada e o infinito.