A Onda!
 
Grandes mudanças começam aos poucos. Basta uma faísca para incendiar um milharal.
Os tumultos em São Paulo (12 jun 2013) marcam um princípio incomum em nossas glebas.
Tudo no universo gera reflexo. A impunidade desce pelas veias e nervos do povo e atinge as raias da loucura quando o mecanismo social é perturbado. A irritação começa com uma insatisfação por algo que não se vê claramente e que não se sabe ao certo, mas a massa humana começa a reagir, mesmo que o inimigo principal seja outro, surge um sentimento que grita por libertar-se. Algo anda mal no país, nas profundas de quem o dirige e isso se manifesta em movimentos como esse. Já não é hora de mudar o comando?
Sou pela paz, pela vida e pelo diálogo, mas os brutos parecem entender somente a grita da brutalidade.
Andam zombando do povo nos gabinetes executivos e judiciários, Câmaras Municipais, Assembleias Estaduais e nas Casas do Congresso. Essa conspiração surda contra a dignidade não pode permanecer impune por eras a fio e, mesmo que a turba grite contra vinte centavos, o que anda irritando a multidão vai mais além.
Somos todos vasos comunicantes em nosso psiquismo uns com os outros e o povo sente, e o seu íntimo sabe, que andam pisoteando sua dignidade e cometendo eventos de escracho contra o que é bom e justo no Brasil.
Uma nova manobra surge através da PEC-37 que decreta para sempre a impunidade e a imoralidade como nativas do país. Políticos não querem mais ser investigados pelo Ministério Público. E quem os investigará?
Não ousem tal afrontamento contra o povo. Quando esse emerge, vejam no que deu vendo os moldes de São Paulo. Anteriormente, em Goiânia, um evento perturbador semelhante ocorreu.
O preço da passagem parece ser o motivo, mas a soma de todas as indignações populares sobe e se avulta, como o vulcão que junta magma antes da explosão final.
Por favor, políticos, nos provoquem. Provoquem muito, até que não se possa mais conter a onda de mudanças que o povo cobrará. O que restará depois da passagem das lavas será incerto, mas será o fruto da semeadura da atual geração que nos governa. Está escrito.