Dia SEM Namorados
Tive muitos amores.
E me orgulho de ter me entregado a cada um deles.
Se nesse dia me falta um amor para comemorar, então brindo todos os amores que eu tive.
Nunca temi o amor. Sempre temi quem tem medo dele.
Minha intensidade em amar sempre foi proporcional a minha facilidade em desapegar.
Sofri desesperadamente por muitos deles.
Mas sofri mais ainda por ter alimentado fantasias falsas em cima dos meus amores.
Meus erros sempre foram iguais:
Ser romântica demais.
Confiar demais.
Criar expectativas demais.
Desejar demais.
Terminei relacionamentos ainda amando.
Prolonguei relacionamentos sem amar.
Fui muito amada por muitos amores,
mas fui também usada, traída e enganada.
Amei cada amor.
Sempre inteira.
Sempre entregue.
E sempre eu.
Amei sem conhecer. Amei sem receber.
Amei com loucura. Amei com paixão.
Amei com egoísmo. Amei com ternura.
Amei pura. Amei também com luxúria.
E não foram poucas as vezes que me apaixonei.
Meu coração tem um problema, ele reinicia a cada nova paixão.
Deleta o passado e sente tudo de novo,
mas diferente e único como se fosse a primeira vez.
E meu coração fica cego,
porque é romântico demais,
confia demais,
cria expectativas demais
e deseja demais.
Quando se trata de amor, só sei pensar com o coração.
Esses meus erros nem quero mudar.
Mas em uma coisa posso melhorar:
Sou ansiosa demais.
Não imagino um amor sem confiança, sem romance, expectativas e desejo.
Minhas expectativas construo em cima do que a pessoa demonstra ser.
E se vejo que não é, desapego fácil.
Se mente, fujo rápido.
Se dispensa romance, não me seduz.
Mas se sofro, me recupero.
Se surto, me recomponho.
Se falo, me exagero.
Se sumo, me silencio.
Se nesse dia me falta um amor para comemorar, brindo os amores que vivi.
E brindo também os que vou viver.