SEXTA-FEIRA É DIA DE HAPPYHOUR

SEXTA-FEIRA É DIA DE HAPPYHOUR

Julio Cesar de Sá Roriz

Sexta feira é dia de HappyHour, dizemos com toda razão...

Semana de trabalho e ninguém é de ferro, mão é mesmo?!

Então os amigos se encontram para distrairem a cabeça e tomarem um chopinho amigo. Beleza!

Há algum problema nisso?

De modo algum!

Você vai porque quer e faz muito bem... então porque não?!!

Na psicologia clínica, há um capítulo denominado de identificação.

Através do olhar do Existencialismo Clínico vemos que podemos fazer escolhas.

Nas identificações (modo restritivo de ser no mundo), parece que estamos tolhidos da possibilidade de dizer sim e não.

Então, vamos para o happyhour... dizemos sim, como podemos dizer não. Beleza!

A questão está no momento em que não me sinto mais com a possibilidade de dizer não...

A possibilidade existe porque somos entes cujo Ser é livre para fazer escolhas, mesmo que demandados pelo meio ou por uma restrição de ordem psicológica.

Mesmo arrastados pelo senso-comum, somos nós que dizemos sim para ele... e vamos!

Se, em todo momento em que estou sendo convidado ao consumo do alcool, eu não sei dizer não... estou no modo da restrição.

Estou no reboque... reboque de quê? Quem dirige quem, para onde?

Claro que há uma mídia eletrônica, a conhecida propaganda e há os amigos que nos arrastam...

Cá para nós: eles convidam... nós dizemos sim ao convite!

- Ah, porque é gostoso!

- É melhor do que ficar deprimido...

Interessante notar que isto ( o ganho do prazer naquilo que pode me destruir) encobre a nossa capacidade de refletir o quanto estamos sendo bombardeado pela mídia da cerveja, da vodka, da caipirinha... a todo momento!

Acabei de atender um adolescente de 18 anos que me disse: sem álcool na cuca não dá para chegar numa menina!

Aí, você diz: Ah, mais todos os jovens fazem isto... isto é comum,!!!

Se você pegar alguém para atender que está no fim da linha do alcoolismo e perguntar: Como foi que isto começou? Ele responderá entristecido: eu era adolescente...

Escutei do adolescente:

-Eu vou toda sexta à noite para o happyhours com meus amigos... beber!!! conversar!!!! etc

-Dá para fazer outra coisa?

-De modo algum... isto é sagrado! Todo mundo bebe...

Amigo que me lê, eu pergunto: você é todo mundo?!

Escrevo para vocês informando que há uma alternativa à bebida alcóolica do Happyhours das sexta noite.

Você perguntará: e precisa? Sim, porque nós somos homens e mulheres cujo ser é de possibilidade constante.

Todo modo da restrição exclui possibilidades outras que estão veladas no nosso horizontes.

A contemporaneidade tem-nos arrastado ao modo da restrição e distraimento do essencial à Vida... e assim, vamos seguindo os convites, segundo aquilo que os outros querem que sejamos.

Biologicamente, o teor alcoólico mensal, dosado em longos e contínuos happyhours semanais constituem numa enganação aos receptores de endorfina que existem nos trilhões de células do corpo.

Isto mesmo!

Enganamos os nossos receptores de endorfina de nossas próprias células (as células possuem inúmeros receptores, entre eles o mais famoso é o da proteína), do nosso próprio corpo, sempre que ingerimos o etanol, cujo % etílico pode agravar ou não o estado de engano biológico aqui citado.

Estando alcoolizada com etanol - em contínua quantidade, levado pelos neurotransmissores para os lugares dos receptores de endorfina de nossas células -, a pessoa fica, momentaneamente, repleta de endorfina. Esta fica, completamente, solta na corrente sanguínea, pois as portas dos receptores estarão totalmente vedadas à própria endorfina, uma vez que já estão ocupadas pelo etanol (levado aos receptores pelos nossos neurotransmissores).

É claro que a pessoa assim (com tanta endorfina solta na corrente sanguínea, acontece uma euforia característica dos be-buns..

Mas, e depois? Depois de um tempo, o etanol se esvai (porque ele não é endorfina), os respectivos receptores ficam esvaziados e o excesso de endorfina - que ficou flutuando na corrente sanguínea -, acaba sendo eliminado pela bexiga (como o pessoal do chopp faz xixi, não é mesmo!). Mais tarde, o be-bum vai beber mais para voltar à euforia perdida e assim por diante...

Há aquele momento de depois, aquele " bode", aquela "ressaca" que nada mais é do que ausência de endorfina nos receptores da célula. O fígado ( laboratório de química orgânica) estava ocupada em metabolizar o etanol, cuja fórmula química é muito semelhante a do formol.

Um dia, por curiosidade coloquem bem próximos os desenhos das fórmulas químicas do formol e do etanol e faça o " jogo dos sete erros". Você vai ter dificuldade de encontrar diferenças... o mesmo em relação às consequências entre um e outro no contato com o tecido vivo de seu organismo.

Então a gente vê nos atendimentos o fim da linha: o bebedor compulsivo já com cirrose hepática, hemorragia de estômago, baixo ventre dilatado; córtex cerebral encharcado e obnublado pelo delírius tremens. É assim que eles chegam nos nossos consultórios solicitando ajuda. Há os que chegam nos centros espíritas padecendo obsessões, visões terríveis, terror noturno, pânico etc. Não podemos deixar de acrescentar a isto a questão espiritual (obsessões subjugativas) que se interpõe a este estado de coisas.

É bonita a propaganda da bebida e quando a gente passa de carro no retorno ao lar, pela Lapa, depois das reuniões de nossa Instituição Espírita quando tratamos pessoas e abordamos Temas Relacionais à luz do Espiritismo", e vemos tanta gente falando muito alto e sorrindo à valer, conversando e se distraindo, comentamos como é diversa a situação espiritual e mais íntima dos bebedores contumazes que nos procuram, como doentes da alma!

Escrevo aqui convidando-os a uma reflexão sobre a continuidade do álcool nas ingestões semanais, nas quais eventualmente vocês estejam incursos.

Não que estejamos aqui, maniqueisticamente, condenando ou demonizando o choppinho amigo e o bate-papo alegre, descompromissado, de uma sexta feria feliz, na Lapa. Longe de nós...

Queremos que você possa refletir sobre a continuidade do processo de fuga psicológico-espiritual que esteja em jogo nesta experiência semanal, não só em relação a você que lê este aviso ,mas em função daquele amigo que você conhece e está percebendo que há um exagero na ingestão do álcool, uma dependência disfarçada de "bebedor social". Já sabe que é fuga psicológica!

Certamente, ninguém vem ao mundo como se fosse uma criança que vai ao jardim de infância para comer merenda!

Cada Espírito encarnado na Terra possui uma missão específica, porque a reencarnação está aí para oferecer uma alternativa positiva de progresso ao espírito desencarnado errante no Plano Espiritual. O uso do livre-arbítrio é inalienável, mas cada um assume as consequências do que faz. O nosso papel é descobrir qual a nossa missão ( missão do homem inteligente na Terra) e realizá-la aqui e agora, porque, a Vida é mais do que a existência terrena.

Sexta feira, 19h30min: Temas relacionais à luz do Espiritismo. Ciência, filosofia e religião.

Por que você acha que tanta gente vem frequentar nossas Jornadas de Autoconhecimento?

Um abraço

Julio Cesar de Sá Roriz

Centro Espírita Tarefeiros do Bem,

Rua Mena Barreto, 110, Botafogo

www.tarefeirosdobem.org.br