REPENSANDO O SER QUE PRECISA HUMANIZAR-SE
Por que sempre procuramos o pior no ser humano?
Por que não conseguimos enxergar o que ele tem de melhor?
Essa forma errônea de olhar o outro nos torna aos poucos e inconscientemente, pessoas frias e insensíveis às problemáticas alheias.
Temos o costume de fazer de nossas vidas um eterno e equivocado tribunal, onde decidimos, conforme nosso bel querer, quem e o que é a pessoa que iremos conceituar.
Infelizmente, essa prática é própria da natureza humana e, se não trabalhada, a fim de passar pelo crivo de uma metamorfose radical, se perpetuará por toda nossa existência, deixando rastro de destruição e insatisfação interior.
Essa maldita herança que nos foi legada é mais antiga do que imaginamos, e só existe uma forma de pôr fim à sua trajetória: olhar o outro de dentro para fora. Só assim compreenderemos, ainda que superficialmente, o que se passa na mente e no coração de alguém. É como se adentrássemos nos bastidores da grande e monumental peça teatral que é a vida.
Não é fácil realizar essa façanha, mas eu poderia nominar alguns personagens de nossa história que entenderam e vivenciaram na prática essa lição de vida: O Apóstolo São Paulo, após converter-se, devotou-se a Cristo, tornando-se um semeador de boas novas e, prevendo o martírio que sofreria, disse: “O viver para mim é lucro e o morrer é vida”; Madre Tereza de Calcutá, que decidiu abdicar-se do conforto de um convento para dedicar-se aos pobres, drogados, doentes e miseráveis da Índia. Com sua determinação de mulher guerreira, simplicidade e desprendimento do ser material, deixou-nos uma bela e significativa lição: “Se você não pode alimentar cem pessoas, alimente pelo menos uma”.
Esses e outros tantos heróis da fé e de si mesmos, nos ensinam que os grandes campeões primeiro vencem a si próprios, porque a maior luta que travamos não é contra um provável adversário e nem tampouco contra quaisquer tipos de adversidades, mas contra nossos impulsos, contra nós mesmos!
O grande mestre de todos os tempos, Jesus Cristo, disse-nos: “Não julgueis para que não sejais julgados, porque com o juízo com que julgares sereis julgados e com a medida com que medirdes vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do seu irmão e não vês a trave que está à sua frente?”
Não tenho dúvida alguma de que quando policiarmos nossa conduta em relação a fatos por nós presenciados e vividos e deixarmos de ser menos críticos quando se tratar do outro, descobriremos em nós um ser que de fato e de verdade tornou-se HUMANO.