BILHETE PARA O POETA AYRES KOERIG

Mon ami et grand poète, Ayrês.

Primeiramente, agradeço à querida poetisa Valéria Dantas (Valy) por ter-te dado material para esse poema fedorento.

A ti, vovô, pela divulgação do meu nome, o que, considerando-se o grande número de leitores que tens, certamente vai me tornar mais conhecido, embora estigmatizado pelo adjetivo nada aromático.

Diz o ditado, que mais depressa se pega um mentiroso do que um coxo. E é verdade!

É natural, também, que na tua respeitável idade, com a redução acelerada do número de neurônios, aconteçam lapsos de memória, verdadeiros ou encenados, como desculpa esfarrapada.

E, desconfio, que, na condição de contemporâneo de Machiavel, tenhas, por simbiose, incorporado todo esse arsenal malicioso!

Lembro, perfeitamente, da referida feijoada e do que ocorreu durante e depois (com ênfase para o depois).

À minha frente sentava-se o Seminale (Antoniô); ao meu lado direito estava o Cirô e, à minha esquerda, o Gilbertô. Tu, felizardo, tinhas como companheira a nossa perfumada poetisa Valéria Dantas (Valy)...e foi exatamente ela que te salvou, pois mascarou a origem do pestilento odor!

Ao primeiro sinal do miasma, olhamo-nos e, como leais mosqueteiros do rei, com esse simples olhar, declaramos nossa inocência e posicionamos nossos floretes sobre a ilharga para defender nossa honra.

Com a repetição do fato (ou seria flato?) a mesa se desfez, mas, para tua desgraça, ao levantares a mão em agradecimento, todos os convivas perceberam que ela estava nitidamente amarela!

Elementar, meu caro Watson!

 

(não deixe de ler o vetusto colega Ayrês)

paulo rego
Enviado por paulo rego em 12/06/2013
Reeditado em 13/06/2013
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