Nesta série RECANTO DOS NETOS estarão as histórias das únicas criaturas que são mais encantadoras do que nossos filhos: os filhos dos nossos filhos - os nossos netos.

Eu e Celeste tivemos quatro filhos - todos homens - e uma filha de criação. Eles nos deram quatro netos. Dois homens (Léo e Rafa) e duas mulheres (Maria Elisa e Isabela). Aqueles têm hoje entre 7 e 8 anos (são de julho) e as meninas entre 2 e 3 anos (são de julho e agosto).

Em o Menino-Serelepe (1) fiz esta dedicatória para os meus netos:

E especialmente para os serelepes Léo e Rafa, e outros netos que virão, que, por um dos galhos, vão formando a terceira descendência dessa mistura de Lobo e Guimarães.

Em A Guerra das Espingardinhas (2), a vez das meninas:

Este livro é para minhas netas Maria Elisa e Isabela, aqui personificadas em “Maria Bela”, a heroína da história.
 
Uma das muitas histórias (verdadeiras) de Léo e Rafa já rendeu um livro - O galo e a coruja cupinzeira. De fato, minha mulher acabou narrando o caso que se deu quando tive de inventar uma história para que eles pudessem dormir, atormentados que estavam pelo galo de um vizinho que cantava a todo instante... (*)

Em A Guerra das espingardinhas, como disse, a heroína (e também a narradora da história) é Maria Bela, que em certo trecho do livro conta como se deu a escolha do seu nome: 

Quando eu nasci, todo mundo queria meter o nariz na escolha do meu nome, só Vovô Pedro, que tivera três filhas com nome de flor, e esperava um neto-macho, pra ensinar a ser menino-valente, homem-decente e tocador-de-fazenda, ficou de fora da questão. E, ao fim e ao cabo, meu avô nem teve neto-menino, nem fazenda, que a Morro Alto foi embora, quase inteirinha, pra aflição da Vó Dina, vendida na bacia das almas, como meio de pagar contas do genro, porque “nome da família correndo na praça de Aguinhas não há de ficar, nem que eu venda a cueca”. E o nome de família, no caso, era o de minha mãe, casada com meu pai, que era filho da vó-ausente (e do vô-que-morreu-muito-antes-do-meu-nascimento) e morava no Rio de Janeiro.
 
Será Branca, como sua bisavó materna, dizia Vó Dina, que zelava pelos nomes e tradições da família, que há séculos ficara pobre, mas não perdera a pose.
 
Por sua vez, Vovó Leonor, que era ausente, mas tinha nome elegante, e que não queria o casamento do papai, não gostava de mamãe, não me viu nascer e nem queria saber se era menino-ou-menina, não veio no batizado, muito menos deu pitaco no nome. E o vô-que-morreu-muito-antes-do-meu-nascimento também não pôde opinar, porque não havia médium na família pra escutar o seu palpite.

Gostaria que fosse Alice, disse suspirando minha mãe, que vivia nas nuvens, adorava aquela história de Lewis Carrol e pensou que seu casamento seria um caminho para um País das Maravilhas, mas não foi.
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Bem, a conclusão de como se chegou ao nome da heroína/narradora vocês vão ter de aguardar o livro ficar pronto para ficar sabendo...


(*) O e-book O galo e a coruja cupinzeira pode ser lido ou baixado neste link:

http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/ebooks.php


(1) Informações sobre o livro Menino-Serelepe podem ser vistas na seção Livros à Venda, do meu site: http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/.

(2) Livro ainda inédito.