Diário de Sonhos - #033: Binho Dinho
Sonhei que estava na rua, à caminho da faculdade. Era noite. Eu saí de um prédio e fui até o ponto de ônibus, que ficava num viaduto muito alto. Havia muita gente lá e eu perguntei qual ônibus passava na faculdade, mas ninguém me respondia. Veio um ônibus e todo mundo entrou, e eu fui logo atrás, com medo de ficar sozinho. O motorista acelerou e acelerou, mas ninguém parecia se importar. Eu, por outro lado, estava apavorado. O viaduto ficou íngreme. Estávamos numa descida a toda velocidade, o ônibus perde o controle, girou e capotou, jogando todos pra fora. Todo mundo caiu no chão e continuou correndo a pé. Olhei pra trás e a carcaça do ônibus vinha desabando. Me esquivei. Logo atrás uma casa também veio desabando. E por fim, o pior de todos. Uma imensa onda começou a erguer centenas de metros, cobrindo todo o céu. "Surfando" nela vinha um gigantesco navio transatlântico, colosso de metal, fazendo um barulho grave e monstruoso conforme a onda atingia o pico e se preparava para engolir a tudo e a todos sem piedade.
Não sei o que aconteceu, mas estamos sendo perseguidos pelo transatlântico e uma das pessoas fica pra trás. O nome dele é Binho Dinho (ou algo assim). De alguma forma eu sei que só eu posso salvá-la. Volto e a carrego no colo. Chego num outro ponto de ônibus a salvo. Todos que estão lá comemoram, batem palmas e me chamam de herói. Pergunto se ali passa o ônibus pra universidade, todos se calam novamente.
Doze de junho de dois mil e treze.