Tempos modernos
Trabalhava numa empresa do ramo eletrônico. Era o final da década dos anos sessentas. Como sempre gostei de novidades, acabara de ler numa revista a notícia de que nos Estados Unidos já havia um computador que tinha um “olho” que lia os preços das mercadorias em pleno caixa do supermercado e dava o valor total ao final. Fui ridicularizado. Fiquei surpreso com a desinformação e mais ainda com o ceticismo de um ou dois colegas que olhavam pra mim como se eu fosse, no mínimo, contador de estórias. Anos mais tarde ao vibrar com a novidade que lera sobre antenas parabólicas pequenas que captavam imagens de satélite também fui olhado com desconfiança para logo mais (essa novidade ainda chegou mais rápido) vê-los assinando pacotes da DirecTV e SKY com a maior naturalidade. Evidentemente essas pessoas são pegas dentro de suas rotinas por wi-fi’s, interatividades etc., sem sequer perceber o significado desses avanços: simplesmente vão usando. A novidade agora é TV 4K (quatro vezes mais pixels que o full-HD) e logo mais 8K, (08 vezes mais) provavelmente 3D sem óculos. E mais pra frente pode pintar a imagem holográfica, enquanto isso eu fico convencendo pessoas com quem converso sobre o assunto de que TV é bom grande, para imitar a imersão dos cinemas. Que nós, nas verdade fomos condicionados aos pequenos aparelhos por causa da absoluta impossibilidade técnica que havia no princípio das TV’s com suas baixas resoluções e com distorções. Hoje se pode ver mais de perto e curtir com boa qualidade um bom filme exibido em HD. Mas desconfio que todas essas coisas parece ter conquistado apenas um seguimento: os que gostam dessas novidades nas quais, claro, me incluo.