NÃO SE FAZ MAIS HOMENS COMO ANTIGAMENTE...

Hoje eu participei de um almoço de aniversário. No final do almoço vieram à tona eventos e acontecimentos, feitos caridosos, heroicos, gestos de amor pelo ser humano que tal pessoa fez durante sua vida inteira.

O nome do homenageado é Benito Zolan. Uns disseram que ele ia na casa dar aulas para os alunos que não podiam assistir às aulas. Outros que ele comprava “conga” para os que não tinham. Seu irmão mais moço disse que só comentou que tinha vontade de ter um tênis da época e que ele mandou pra casa o dinheiro para comprá-lo. Descobri que ele cuida da esposa, atacada por Alzheimer há pelo menos 12 anos e fala dela com um carinho emocionante.

Benito Zolan fez ontem 80 anos. Mora na cidade de Osório – RS, aproximadamente há 60 anos. É uma pessoa que todos conhecem, que todos admiram, que todos têm respeito. Dono de uma cultura e de uma gentileza ímpares. Eu não privo da intimidade de ser seu amigo particular. Sou apenas um daqueles girassóis encantados que segue o sol quando vê seu brilho. E ele é assim: um sol brilhante. Fico feliz em pelo menos ser seu conhecido, em participar de eventos culturais onde ele, quase sempre está presente.

Hoje diante do carinho de toda uma cidade (onde eu também fui convidado, porque o homenageado era ele e o Professor Juraci Pascotto, outro encanto de pessoa naquela comunidade) eu fiquei extasiado e li pra eles um de meus poemas, cujo título é AMIGOS SÃO ANJOS, numa singela homenagem, pensei “não se faz mais homens como antigamente”. Mas na realidade não é isto. A humanidade toda deveria ter esta visão do mundo, dos seus semelhantes e deveríamos viver para servir uns aos outros. A energia deste planeta e das pessoas já teria mudado.

Vim pra casa refletindo sobre isto. Pensando no quão gratificado eu sou por conviver com este tipo de pessoa que sempre acrescenta luz ao nosso viver. E foi nesta hora que eu me imaginei um girassol porque a vida deles, o exemplo que eles nos dão é algo que servirá de exemplo numa comunidade, ainda pequena, mas em ascensão econômica e social. O exemplo destes dois homens é algo que não se vê e que deveria ser natural em qualquer ser humano. Se eu ainda fosse criança diria “quando eu crescer, quero ser igualzinho a você”.

Penso que a humanidade ainda não está perdida. Enquanto tivermos “D. Quixotes” acreditando que o mundo pode ser melhor, haverá esperança. Que outros se inspirem nestes seres iluminados. Luz e muitos anos de vida a estes dois seres especiais...

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11.06.13

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 11/06/2013
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