PESSOAS
Tendo a acreditar que a vida é feita de lógicas. Busco motivos e penso que (quase) tudo tem uma razão de ser. Talvez isso ajude explicar porque um pai põe o filho para fora de casa ou então se migra de tão longe para outro estado. Sair de casa pode ser visto como nova oportunidade e a migração como mudança, tempero necessário para uma vida estagnada. Seguindo a premissa que nada nem ninguém é por acaso, creio em um propósito maior nessas situações entre gentes e fatos. Às vezes em dimensões enormes, outras com mínimos efeitos. Afinal, somos frutos de nossas escolhas aonde se incluem também a interação com outros viventes. Tem gente que passa na vida de outros com a função única de informar as horas ou o itinerário do ônibus. Ou dar bom dia, ajudar com as compras ou atravessar a rua. Feito isso, nunca mais se verão.
Infelizmente tem gente que passa na vida de outras pessoas apenas para fazer coisas ruins. Desde informar o caminho errado, enganar com o golpe da loteria, trazer tristeza e desfazer lares, fingir, machucar, “uns menos, uns mais, uns médios, uns por demais” e tudo o de pior que se possa imaginar. Dessas pessoas, por vezes, guardam-se apenas traumas. Na melhor das situações aprendizagens é o que fica. Salvo as devidas proporções, até essa gente então tem um motivo de adentrar e passar por outras vidas.
Fora esses casos menores – ou infelizes – aparecem pessoas que mudam nossas vidas para sempre. Às vezes por escolhas nossas, como os amigos. Às vezes por escolha da vida, como nossos pais ou família. Pessoas cuja função é pôr-te de pé, ou ajudar com a mudança e casa nova, na nova cidade. Aquela que é companhia para os melhores ou piores momentos. Que te doaria sangue ou emprestaria dinheiro sem juros. Ou simplesmente por te ouvir num dia triste.