O LOBISOMEM DA INTERNET.

Lá estava ele, um lobisomem que participava de redes sociais, e foi descoberto, encontrado pela busca desenvolvida, na moradia por ele habitada. Uma casa lúgubre, pardacenta, praticamente abandonada, em estado que denunciava o medo de ser descoberto, perto de um rio de esgoto, cercado de montes de lixo.

Ele não era conhecido pelos vizinhos, não aparecia fora da casa, esquivo a presenças, vagava na escuridão das noites, pouca luz acesa. Uma verdadeira masmorra de paredes sujas.Contava em folhetins histórias de sangue que apareciam nas redes.

Ficaram públicas, eram violentas, daí sua descoberta, falavam em mortes e traições, o que gostaria de viver.

Vivia da energia sugada do trabalho de outros. Nada produzia para si.

Não suportava o convívio social, afastado de tudo e todos. Não atendia à porta. O espelho revelava sua rejeição própria, não tinha preocupação com sua aparência, nenhum cuidado pessoal . Era um lobisomem, precisava disfarçar o que era.

Esvoaçava por trás das cortinas como fantasmas em sua volta. Do fundo de sua alma crepitavam os passos do medo no transcurso do tempo e a indiferença humana que cultivava pelo mal feito marcado indelevelmente.

Seus folhetins mostravam esse outro mundo. Era preciso fugir dele mesmo. Não se aceitava como lobisomem.

Tinha horror ao sol, cerrava portas e janelas, só conseguia comunicação com aqueles que não os via. Distância da civilização impunha-se. Mente atrofiada, fazia antropofagia de sua verdade por ser lobisomem. Sabia que se conhecido ninguém dele se aproximaria, era diferente. Transformava-se através de várias personagens que retratava em folhetins. Isso fez com que fosse descoberto e despertada a curiosidade.

Conheci recentemente um lobisomem da internet, fortemente agressivo, mas covarde, agressivo à distância, aparei arestas e deslindei sua realidade, o conduzi até abrir a cortina de suas sombras, e sucumbiu diante da pressão estratégica e apiedada em que o coloquei, ao final tive dele muita pena, tenho de todos que a vida reservou tal destino, é preciso distância. Surpreendem, são de outro mundo.

Nesse teatro construído, a duras penas, por falta de habilidades, no computador, conseguem enganar.

Na digitação aparentam uma sanidade na forte insanidade em que vivem e viveram. No teclado se escondem criminosos antigos e novos, psicopatias de poder ofensivo e inofensivo, de vasta angularidade, e falta de amor mínimo pelo ser humano.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 10/06/2013
Código do texto: T4335198
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