DIA DE ALGUÉM (Melhor do que dia dos namorados)
Por Carlos Sena
Tem gente que sofre no dia dos namorados, mas não devia. Porque quem menos deve se perder de nós somos nós. Encontrar alguém pra namorar é natural e é normal a todos os mortais. Mas, namorar implica alguém que nos faça bem e que seja inteiro – alguém que não nos queira como cara metade, como banda de laranja, como panela e texto. É bom ter alguém inteiro para dividir conosco os nossos inteiros sem que nenhum dos dois se sinta metade ou complemento do outro. No máximo suplemento. Explico: alguém como complemento se transforma na lógica obtusa do “só vou se você for”. Amor suplemento é aquele que fica conosco inteiro e quando a gente sai com ele se sente feliz e, quando não dá pra sair com ele, não resta tristeza, porque o sentimento de pertencimento continua existindo. Por isto não consigo ver o dia dos namorados como suplicio para os que estão sozinhos, pois se eles forem amantes de si mesmos jamais se sentirão assim, sozinhos, cabisbaixos porque no dia dos namorados está sem namorado ou namorada. Sugiro para quem não consegue se livrar do “peso” que para muitos representa estar sem ninguém no dia dos namorados, uma breve terapia: saia para um restaurante ou para um barzinho. Um lugar que se pareça com você. Quando lá chegar procure uma mesa, sente-se e se convide a si mesmo para um brinde. Peça duas taças de cristal, peça um bom vinho (de preferencia tinto seco) ou outra bebida da sua preferencia. Coloque uma taça pra você e a outra na sua frente para você também. Você pode pensar que os outros vão te chamar de louco/a, mas não faz mal. Afinal, você continua pagando suas contas e essa conta também. Quando as taças estiverem com a bebida, faça um brinde a você e toque na outra taça “tim-tim” – saúde em homenagem a você e ao seu superego, digamos assim. Pronto. Essa será uma grande declaração de amor no dia dos namorados.
Na verdade, exagerando um pouco no humor que me cabe, a gente no dia do índio não fica com um índio, nem no dia da árvore passa com uma árvore, nem no dia de finados com um defunto. Porque no fundo o comércio fatura com as mães, com os pais, com os namorados, com. Por isso, finalizando essa prosa, versando acerca da moda do politicamente correto, acho mesmo que esse dia do namorado deveria mudar de nome: DIA DE ALGUÉM. Porque com a liberação positiva de todas as tribos nas questões da sexualidade, do amor e do companheirismo, DIA DE ALGUÉM cairia melhor. Evitaria inclusive de cometermos gafes tipo: que vai dar ao seu namorado? De repente você descobre que aquela não tem namorado, mas namorada. E que aquele não tem namorada, mas namorado. E que aqueloutro... Deixa pra lá. Porque essas questões do armário são pra outro tipo de prosa.
Decretado: dia doze de junho não é mais o dia dos namorados, mas o DIA DE ALGUÉM. Vejam como tudo ficaria mais simples, pois a gente não precisaria se preocupar mais com questões de gênero, porque alguém é aglutinador... Quantas vezes alguns homens começam um galanteio com as garotas perguntando: você tem alguém? “Alguém” não tem sexo, não tem cor. E cabe em qualquer lugar, algo como aquela sandália que não desbota, não tem cheiro nem soltam as tiras. Boa ideia: nesse DIA DE ALGUÉM, dê de presente uma sandália japonesa, pois ela é totalmente assexuada e bem ao gosto do dia... E da noite. Pra não dizer que não bisbilhotei: você tem alguém?
Por Carlos Sena
Tem gente que sofre no dia dos namorados, mas não devia. Porque quem menos deve se perder de nós somos nós. Encontrar alguém pra namorar é natural e é normal a todos os mortais. Mas, namorar implica alguém que nos faça bem e que seja inteiro – alguém que não nos queira como cara metade, como banda de laranja, como panela e texto. É bom ter alguém inteiro para dividir conosco os nossos inteiros sem que nenhum dos dois se sinta metade ou complemento do outro. No máximo suplemento. Explico: alguém como complemento se transforma na lógica obtusa do “só vou se você for”. Amor suplemento é aquele que fica conosco inteiro e quando a gente sai com ele se sente feliz e, quando não dá pra sair com ele, não resta tristeza, porque o sentimento de pertencimento continua existindo. Por isto não consigo ver o dia dos namorados como suplicio para os que estão sozinhos, pois se eles forem amantes de si mesmos jamais se sentirão assim, sozinhos, cabisbaixos porque no dia dos namorados está sem namorado ou namorada. Sugiro para quem não consegue se livrar do “peso” que para muitos representa estar sem ninguém no dia dos namorados, uma breve terapia: saia para um restaurante ou para um barzinho. Um lugar que se pareça com você. Quando lá chegar procure uma mesa, sente-se e se convide a si mesmo para um brinde. Peça duas taças de cristal, peça um bom vinho (de preferencia tinto seco) ou outra bebida da sua preferencia. Coloque uma taça pra você e a outra na sua frente para você também. Você pode pensar que os outros vão te chamar de louco/a, mas não faz mal. Afinal, você continua pagando suas contas e essa conta também. Quando as taças estiverem com a bebida, faça um brinde a você e toque na outra taça “tim-tim” – saúde em homenagem a você e ao seu superego, digamos assim. Pronto. Essa será uma grande declaração de amor no dia dos namorados.
Na verdade, exagerando um pouco no humor que me cabe, a gente no dia do índio não fica com um índio, nem no dia da árvore passa com uma árvore, nem no dia de finados com um defunto. Porque no fundo o comércio fatura com as mães, com os pais, com os namorados, com. Por isso, finalizando essa prosa, versando acerca da moda do politicamente correto, acho mesmo que esse dia do namorado deveria mudar de nome: DIA DE ALGUÉM. Porque com a liberação positiva de todas as tribos nas questões da sexualidade, do amor e do companheirismo, DIA DE ALGUÉM cairia melhor. Evitaria inclusive de cometermos gafes tipo: que vai dar ao seu namorado? De repente você descobre que aquela não tem namorado, mas namorada. E que aquele não tem namorada, mas namorado. E que aqueloutro... Deixa pra lá. Porque essas questões do armário são pra outro tipo de prosa.
Decretado: dia doze de junho não é mais o dia dos namorados, mas o DIA DE ALGUÉM. Vejam como tudo ficaria mais simples, pois a gente não precisaria se preocupar mais com questões de gênero, porque alguém é aglutinador... Quantas vezes alguns homens começam um galanteio com as garotas perguntando: você tem alguém? “Alguém” não tem sexo, não tem cor. E cabe em qualquer lugar, algo como aquela sandália que não desbota, não tem cheiro nem soltam as tiras. Boa ideia: nesse DIA DE ALGUÉM, dê de presente uma sandália japonesa, pois ela é totalmente assexuada e bem ao gosto do dia... E da noite. Pra não dizer que não bisbilhotei: você tem alguém?