DINHEIRO E EU

Prof. Antônio de Oliveira

antonioliveira2011@live.com

Na prática, ninguém vive sem dinheiro. Nem que seja de esmola, por parte do poder público ou de particulares. Quanto à moeda nacional, essa fica por conta do governo, que a regula, inclusive estabelecendo o valor do salário mínimo e uma série de obrigações.

O dinheiro é objeto de desejo no mundo inteiro. Quanto aos indivíduos, uns, por demais apegados ao lucro, vivem em função dele. São os sovinas. “O Avarento” lembra o nome de uma peça de Molière. Outros, especialistas em esbanjar, são pródigos. Pródigo lembra a parábola do filho pródigo, do Evangelho. Que pelo menos se arrependeu. Pois, pródigos também costumam ser nossos políticos, que esbanjam dinheiro público a rodo, refestelando-se em mordomias.

Há quem viva cobiçando o alheio, como os sacrílegos, a quem não escapam nem imagens nem ornamentos sagrados. Também existem os burgueses empedernidos, sobremaneira apegados a valores materiais. Outros vivem sonhando em ganhar na loteria, fazendo sua fezinha toda semana. Na televisão já houve um programa intitulado Tudo por Dinheiro. Por dinheiro se mata, sequestra-se, mantém-se muita gente na miséria pela malversação do erário. Vende-se a própria alma. É a abominável fome de dinheiro, de ouro, expressão cunhada pelo poeta Virgílio: “Auri sacra fames”. A história do Brasil, especialmente de Minas Gerais, é pródiga em exploração do ouro e de escravos. Nossa colonização praticamente foi motivada pela espoliação.

O lema do sistema capitalista também já fora preconizado por Cícero, orador romano: “Pecunia parit pecuniam”, o dinheiro gera dinheiro. Finalmente, esbanjando o latim, conta-se que o imperador romano, Vespasiano, mandara tributar os sanitários de Roma. Tendo o filho do imperador reagido, recebeu esta resposta do pai: “Pecunia non olet”, dinheiro não tem cheiro.

O dinheiro tem sido considerado esterco do diabo. Mito ou verdade? De qualquer forma, gold, em inglês, ouro, tem uma letra a mais que God, Deus.