Diário de Sonhos - #031: Executor
Era noite, chovia e trovejava, e eu estava em casa. Estava em meu quarto e tinha medo de sair não sei por quê. Fiquei com fome e decidi descer até a cozinha pra comer alguma coisa. No meio do caminho encontrei minha mãe, e disse que tinha algo estranho na laje. Minha mãe me abraçou e me beijou, disse que eu era o filho predileto. Cheguei na cozinha e ela veio atrás. Do nada ela me agarrou e começou a tirar minha calça. Gritei de susto e chutei ela pra longe. Ela começou a andar em minha direção de um jeito estranho, como se fosse um boneco de fantoche. Seu rosto estava escuro, como se uma sombra pairasse sobre ele.
Agora estou deitado no sofá da sala, completamente nu. Duas moças começam a tirar a roupa. Eu fico excitado. Elas sobem no sofá e aí eu percebo que elas carregam facas e garfos. Assim que elas pulam pra me atacar eu rolo e caio do sofá. Mal levanto e elas já me atacam. Me esquivo como posso. Consigo desarmar uma delas. Pego algumas facas e garfos e mato a outra. A primeira foge para a cozinha. Quando olho pro corredor que dá acesso a este cômodo vejo um vulto de uma pessoa muito alta. Paraliso de medo. Do vulto sai minha mãe. Eu subo as escadas correndo e tranco a porta do meu quarto. Ela fica batendo como uma louca do lado de fora, dizendo que eu bati no meu irmão e que vai chamar a polícia. Começo a chorar. Os murros na porta vão ficando mais alto.
Agora estou na laje. Mas é diferente da laje real da minha casa. É um espaço enorme. O céu está completamente negro e tem um zumbido bizarro. Percebo alguém parado à distância. É o vulto negro que eu vi no corredor. É muito alto, devia medir uns dois metros e meio ou até mais. Ele se aproxima lentamente, como se estivesse levitando, sem exercer um único movimento. Estou travado, não consigo me mexer, quero gritar e não consigo. Só consigo olhar. Ele se aproxima. A figura que eu vejo é sinistra. Muito alto, usa um manto negro cobrindo todo seu corpo. Cobrindo sua cabeça há uma espécie de estrutura de metal, parecendo uma ampulheta triangular. De alguma forma eu sei que ele é um executor.
Dez de junho de dois mil e treze.