No aeroporto.


É manhã de junho, com algum frio.
Sentado num dos bancos, espero meu voo.
Observo   a  intensa  movimentação. 
Pessoas, pra lá e pra cá;  mulheres dominando  e  meus  olhos na  performance da encantadora espécie.
Tanto detalhe nas diferenças:   são os modelos, as cores, as etiquetas, os modismos,    -  para exibição  e   gostos  variados. 
Na sucessão dos  momentos. distingo cenas,  percebo  opções...
Lá vem o exagerado capote de pele, agasalhando empertigada  velha.  Às pressas, a mãe segura a menina que puxa a boneca metida num arrastado carrinho.
Enrolado no espantado colorido de um cachecol, aparece o assanhado gay.      Equilibrando-se nos sapatos com saltos pontiagudos, passa a adolescente,  visando ser  moça. 
Variedade na feitura e desenho das botas. Também, a mulher, já madura, com o aberto decote para mostrar os seliconados seios. Alguns, ousada presença, no enfrentamento com a idade das donas.           No meio dos transeuntes com suas malas,   avisto um casal,  cuja mulher conseguiu colocar o corpo  dentro das  apertadas vestes.  Ao seu lado, um arcado velho, cabeleira pintada. Se esposo ou progenitor, não sei,,,,,
Em cada mulher,  o jeito ou a postura.  Não me escapam o tamanho e  a forma  nas    dimensões  corpóreas.    
Confesso, as  caracteristicas,  anatomicamente  femininas, assumem uma variedade que me estimula comparar  o   tamanho   das   nádegas...
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Meus olhos,   por momentos,   sairam  das   cenas.
A   presença  de  um  grande  e  exposto  relógio  assustou-me.   Saí   correndo  para  não  perder o voo..




, (Edson Freire)