O clube dos excluídos
Você é daqueles que na adolescência a maioria dos professores nem notava em sala de aula? Que quando eram notados por colegas era para serem usados como meninos de recado ou para fazer número numa rodinha e depois serem desprezados como papel de bala num lixo qualquer, principalmente em festinhas e barzinhos? Que nessas festinhas e barzinhos, quando iam por obrigação – ou porque os pais insistiam demais, para que pudessem dizer aos amigos: “meu filho saiu com a turma dele” –, ficavam deslocados num canto, pedindo a Deus para morrer? Você é daqueles que odeiam ter que conversar com pessoas desagradáveis e fúteis só porque as regras do bom convívio e do sucesso assim exigem? Que se sentem verdadeiros alienígenas, completamente perdidos num mundo para o qual não pediram para vir – a não ser quando estão fazendo o que realmente gostam, em fragmentos minúsculos de tempo que só servem mesmo para aumentar ainda mais a fome de viver e a impotência diante da força disso que chamamos de vida? Você é daqueles que nunca se sentiram preparados para viver em sociedade, e que a maioria dos enquadrados socialmente despreza, rotulando-os de “anti-sociais”, “esquisitos”, “estranhos” e às vezes até de “malucos”?
Se for, você não está sozinho. Somos muitos, sabia? E estamos fundando um clube em nossa cidade: o clube dos excluídos. Seu fundamento é “ser o que se é”, sem cobranças e preconceitos. Queremos nos encontrar para viver o que somos de verdade, conversar, compartilhar prazeres “estranhos”, discutir tabus, desabafar, aceitar as “esquisitices” do outro e procurar entendê-lo, da mesma forma como queremos ser entendidos e aceitos.
Isto é um convite.
Vamos lá?