Animais perigosos.

Há dias, li uma notícia de mais um ataque canino. Desta vez, a uma senhora idosa que teve o azar de passar na hora errada naquele local, como se houvesse horas certas para se passar neste ou naquele local.

A notícia esclarecia ainda que o animal foi preso e aguarda decisão judicial no canil municipal como um qualquer criminoso. Prevendo-se devido à gravidade do ataque que o animal seja abatido ou simplesmente entregue aos donos. Nada diz em relação ao dono, que deverá arcar com as despesas hospitalares e no mínimo, a uma indeminização à vítima.

O imoral da situação, é ser na maioria dos casos o problema resolvido com dinheiro, ficando o dono com a consciência tranquila porque pagou o exigido, esquecendo-se que provavelmente a culpa é acima de tudo dele. Sabendo nós, que muitas das vezes o comportamento do animal é um reflexo do dono.

É aqui que eu sinto uma certa revolta, é claro que entendo que os acidentes acontecem, mas o que não entendo é que o culpado desse acidente não seja julgado, resolvendo o problema com dinheiro, pronto para a posse e a consequente má educação (Treinamento) dum animal potencialmente perigoso.

Actualmente é obrigatório colocar um chipe com dados, para uma fácil identificação na pele do animal. Do mal, o menos, assim evita-se a fuga à responsabilidade do dono em caso de problema.

Perante este raciocínio, tenho que me remeter para duas décadas atrás e lembrar um caso passado na minha família.

Teria o meu sobrinho David perto de quatro anos. Brincava com uma cadela da raça pastor alemão, com cerca de seis meses. O meu irmão Carlos, entretinha-se a acender uma fogueira para assar sardinhas, quando um grito do David, seguido de latidos, o chamou à atenção. Alarmado correu para o filho ainda a tempo de salvar a pobre cachorra, aflita pelas dentadas que o meu sobrinho lhe dava.

Não! Não me enganei ao escrever. De facto, na brincadeira o David deve ter magoado o animal, que num reflexo lhe deu uma pequena mordida. Não sei se de dor ou de raiva, o meu sobrinho gritou como se o estivessem a matar e sem mais aquelas; agarra-se à cadela à dentada que a pobre já só gania. O meu irmão acabou por retirar o filho ainda com pêlos na boca.

O resultado final foi o meu irmão dar o animal, evitando assim males maiores.

Eu hoje questiono-me se não se deveria ter colocado um chipe no meu sobrinho David.

Como nota final, quero acrescentar que o David a partir dos dez anos, começou por se modificar e hoje é um homem dos mais pacíficos e um homem de bem.

Lorde
Enviado por Lorde em 08/06/2013
Reeditado em 08/06/2013
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