CARTAS (embaralhado)
Com tantas cartas na mesa, embaralhadas, era difícil escolher (uma).
Ela, a carta, embaralhada, cada uma tinha a sua complexidade, própria dela.
Cada uma, se distanciando, tinha um enigma que somente uma escolha certa poderia resolver, poderia revolver o passado e este presente contagiaria o futuro, bastava acertar a carta, minha escolha?
Era esta a mensagem, a carta certa?
E mesmo sabendo que a carta era apenas uma, cada uma com sua vestimenta própria, não resisti e peguei a mais insinuante do baralho, e eram tantas as escolhas.
Seria eu um curinga, embaralhado, sem nem uma idéia estampada no meu corpo? Uma carta fora do baralho? Já?
Este jogo de cartas é um vício mesmo!
Mesmo sabendo que não existem mensagens, não entendendo nada das cartas, continuo jogando.
As cartas flutuam sobre a mesa, como escolher (uma)?
Escolhas erradas balançam a estrutura do jogo e do jogador, embaralhados pelo tempo, não tem final?
Agora sei.
Nada, nem as cartas, me salvará neste jogo de mensagens, uma a uma, tenho que escolher, embaralhado.