A hora que pesa no bolso . . .

Estamos vivendo um período de cobrança ecológica. Pense verde, recicle, reaproveite, consuma menos e finalmente, promova a sua sustentabilidade.

Felizmente, muitas dessas ações já são praticadas de forma automática graças ao estado de consciência em que esta geração se encontra.

Mas como nada é perfeito, muitas dessas ações apenas atribuem a quem pratica, principalmente as empresas, um 'status' de cidadania superfíciais.

As corporações se autopromovem sob o selo do 'ecologicamente correto' ou do 'sustentável' e nós declinamos a acreditar nessas filosofias até a hora em que pesa no nosso bolso.

Dificilmente relacionamos sustentabilidade com produtos mais baratos, já se tornou lugar comum no mercado ver os diversos atributos relacionados com este termo serem usados para justificar preços mais elevados.

Por consequência, tem muita gente que acha que o tal do consumo sustentável é um luxo restrito às classes mais abastada, infelizmente a realidade do mercado é essa. Mas não porque a sustentabilidade custa mais. Muitas vezes, é por simples questão de posicionamento de mercado.

Existem os produtos feitos em grande quantidade que, com isso, ganham competitividade pela escala, ou seja, custam menos porque sua produção é massiva. Aqueles que são feitos em pouca quantidade, destinados a segmentos específicos de consumidores, não têm essa competitividade.

Têm, por outro lado, o atrativo de serem diferentes - e seus consumidores, por desejo ou necessidade, muitas vezes se dispõem a pagar mais para ter esse algo distinto. São os chamados produtos de nicho.

Quando começaram a surgir produtos ditos 'ecológicos', 'orgânicos', 'sustentáveis', eles eram produzidos em pequena escala para atender públicos específicos. Entraram, desta forma, na dinâmica do marketing de nicho, que valoriza o diferencial para obter um preço mais alto.

Por que então o produto verde, orgânico, ecológico, sustentável ainda é percebido como um ítem mais caro? Porque as empresas mantiveram a lógica do marketing de nicho e lucram mais com esses ítens, a diferença muitas vezes fica na mão do varejista.

A dica é ficar de olho na hora de consumir. Economia sustentável só se 'sustenta' se a sustentabilidade não ficar restrita a determinadas classes sociais. Quem insistir em marquetear produtos sustentáveis a um preço mais alto estará, pura e simplesmente, cometendo um pecado verde

Miguel Carlos Comp
Enviado por Miguel Carlos Comp em 07/06/2013
Reeditado em 07/06/2013
Código do texto: T4329496
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