Cinema é pipoca!
Em se tratando de cinema (que quem me conhece “e não me reconhece mais” sabe que gosto muito), acredito estar ficando... Preconceituoso. Não, não é mais seletivo como antigamente, quando me deliciava com os filmes “cabeça”, aqueles dos diretores europeus, sobretudo suecos e italianos. Esta nova seleção que faço é qualitativamente uma regressão. Não tenho mais interesse nos Fellinis e Bergmans. Embora sejam gêneros esquecidos, os seus distanciados substitutos de fundo psicológico me parecem pesados e/ou negativos. Os substitui pelos irônicos Tarantinos, ou os exóticos Almodóvares, quando me arrisco fora do descompromissado cinemão, meu atual gênero preferido. O que abomino mesmo são os vampiros e lobisomens de plantão cuja aura negativa das desgraças surreais me dá horrores reais. A propósito de negativismo, esse é certamente o viés que me dá enjoo. Talvez porque, com tempo, fiquei mais sensível, ou porque são o coroamento glamoroso da banalização da violência sem o mínimo humor. Se é pra me chocar sem ser com os bons filmes brasileiros, prefiro a irreverência escrachada de um Sasha Baron Cohen. Naturalmente, hoje fico mais tempo contemplando os cartazes antes de me decidir por um desenho animado (nem acredito que seja eu, ali, vendo coisa tão sem profundidade),mas, passei a admirar mais o talento dos técnicos, desenhistas e roteiristas de aventuras neoinfantis em comparação com os adaptadores de novelas comerciais teen. Ah, o cinemão a que me refiro são os quadrinhos “cinemalizados” da Marvel, os Syfy’s, mistérios leves e bem bolados e aventuras. Claro que, boa parte deles, acabo por ver no home. Com algumas exceções, estou ficando um sujeito enjoado pop.