O caminho Certo
Não há como não correr riscos. A vida em si já é um, e porque não, o maior deles. Não há como ser feliz, de fato, sem estar exposto aos riscos da infelicidade, da perca. Não se conhece o doce lado da vida, sem antes pelo amargo percorrer. A vida tem lá seu sabor, meu caro, seu aroma e cor. Mas é você no final de tudo, que decidi que cores pincelar diante das retinas de teus olhos. É você que escolhe que sabor deixar marcado na lembrança. É você, o seu maior risco diante dessa tal vida.
Não há como conhecer a felicidade de portas fechadas, às trancas com medo do incerto, por receio de que o vento crie força dentro de ti e devaste tudo. Não há como ser feliz sem, antes, se entregar ao risco do não ser. Nesse caminho, é preciso escancarar as portas, deixá-las abertas ao invés de esperar que alguém bata nela duas vezes. É preciso viver sem tantos receios. Eles costumam atar nossas mãos e pés, calam nossa voz, sufocam o grito em um silêncio ressentido no peito. Não é fácil ter que lidar com o risco de perder tudo. Ninguém quer perder, muito menos aquilo que considera ser seu tudo. Abrir mão daquilo que te faz bem, não é a solução. Jogar debaixo do tapete as chances em ser feliz, bater a porta, trancar-se por dentro, isolar-se dentro de si por tantos motivos que você julga serem certos, não vão te levar a lugar algum. Não te proporcionará nada, além de uma vida sem sal, sem cor, sem aroma, sem sentido. Sem verdade.
Arriscar-se não é um erro. Existem coisas que precisamos pagar-pra-ver. Um tiro no escuro, pode ser a única coisa que você tenha em mãos, pra quê desperdiçar? Pra que exigir tanto de si em teus acertos, não tolerar teus erros, vivendo a tua vida em prol da deles? Pra que seguir escolhendo as cores que não codizem com tua verdade, adocicar as palavras amargas, esconder tuas cicatrizes com outras feridas? Se você for invadido por essa tal felicidade, quando estiver andando só por esse caminho, acredite, estará no caminho certo. O caminho certo, bem como todas as respostas para todas as nossas perguntas, esta dentro de nós. No fundo, nós o conhecemos, só receamos em assumi-lo.