O Andarilho I
Certa vez, um andarilho estava na capital de São Paulo apreciando
encantado o movimento nas ruas, tanta gente indo e vindo ao mesmo tempo, ele se misturou na multidão e observou atentamente as pessoas, todas tão apressadas sempre que nem conseguem olhar o que se passa ao seu redor, uns sorridentes, outros carrancudos, uns falando muito, outros só ouvindo.
O andarilho continuou sua caminhada anônima no meio da multidão, viu muitos mendigos, gente de todas as raças e cores e mais na frente viu um casal de adolescentes se beijando, como se existissem só eles, entregues a doce paixão da adolescência.
Ele não se cansava de olhar e tentar analisar as atitudes de cada um, sempre pensando: - Será que todos sabem que cada minuto da nossa vida tinha que ser bem vivido, pois é único, não tem volta nunca mais, isso chega a atemorizar.
Continuando viu uma mãe amamentando seu filho, com seus seios fartos a amostra. Quando ele pensava em parar, viu uma senhora grávida pedindo ajuda ela estava chorando muito e varias pessoas passando sem se importar, ele se aproximou para tentar ajudá-la só que não dava para fazer nada a não ser deitá-la, forrou o chão com sua camisa e com ajuda de mais duas senhoras ele viu acontecer ali na sua frente o milagre da vida, se emocionou ao ouvir o choro daquele valente brasileirinho que acabava de nascer.
E assim o andarilho deu uma trégua na sua caminhada, pensando como a vida é bela, pena que poucas pessoas sabem apreciá-la.