Crônica da Cidade

Sou uma das "Últimas Boêmias"...
Uma romântica contumaz,
inveterada e irrecuperável!
Sou assim...
Não quero e não vou mudar!
Gosto de boa leitura, de um bom filme...
De escrever o que me vai na alma...
O que sinto de verdade.
E de ler o que os outros escrevem,
por sentirem as mesmas emoções...
Por terem a coragem de extravasar
Sua loucura
Seu amor
Sua raiva
Sua frustração
Seu sucesso
Sua alegria
Sua tristeza!
Gosto de ouvir Boleros,
Músicas românticas...
Por que não?
Gosto de poder passar,
da alegria à tristeza.
Da obsessão ao enternecimento.
Da magia á realidade.
Da indecisão ao questionamento,
em uma fração de segundo!
Se eu vivesse em uma cidade à beira mar,
me inspiraria nos movimentos,
e ruídos inebriantes das ondas marítimas,
na brisa fresca que bate
em nosso rosto á tardinha...
No sol escaldante,
no céu azul...
Nos entardeceres coloridos,
na lua clara, à noitinha!...
Porém, sou completa e
apaixonadamente urbana!
Vivo na grande metrópole,
que me acolheu e que escolhi há tempos...
Esta cidade acompanhou os anos
dourados de minha juventude,
e o inexorável passar do tempo...
São Paulo! O medo que aflige,
e minha inspiração, que transgride,
que extrapola, que vivencia...
Vem do asfalto quente, das pessoas,
se esbarrando umas nas outras,
lutando por seu espaço, a cada dia...
Dos altos edifícios...
Até onde nossa vista não alcança!
Onde nasce e renasce,
em cada olhar, cada gesto
em cada passo, mesmo incerto,
num sorriso ou numa lágrima,
não importa!
Sempre uma nova esperança!