CRÕNICA PARA A SOBRINHA BIANCA.

Você me enviou um e-mail veiculando um maravilhoso texto dirigido a Pedrinha Philippe Melo, de Santa Catarina, de autoria de Carlos Costa.

Impressionou-me tanto esse trabalho que respondi de pronto, mas ficando em dúvida quanto ao recebimento, entendi prudente mandar-lhe nova resposta e, agora, em forma de crônica, para melhor expressar meu sentimento.

A vida e a rosa são iguais, diz o autor, e esclarece; ambas são frágeis, perfumadas, mas exigem muito cuidado, porque têm espinhos para sua defesa.

Muitas outras verdades nos são oferecidas naquele texto, mas vou-me fixar, apenas. numa figuração que acho magistral e que me levou ao seguinte raciocínio:

A mulher é a rosa, a flor perfumada e de tão belo colorido; irradia beleza, é assim como a personificação da pureza, inspira poesia, romance e mistério, oculta, dentro do profundo carmim de sua cor, toda a pujança do amor; é a rainha das flores.

E as suas folhas?

Sería tão bela sem elas?

E o que, afinal, representam as folhas?

As folhas, querida, são nossos pais, nossos parentes, que foram postos ali por Deus para nos proteger, para realçar nossa beleza, para emoldurar nossa vida, para dar sentido a ela.

Os espinhos são destinados a impedir que ameaças externas venham a conspurcar a imaculada flor; jamais seriam usados para ferir uma pétala !

Como a vida eterna não é possível (nem desejada, diria eu), o tempo vai derrubando folha a folha e, a cada uma que cai, uma parte da flor se vai, também.

A inexorabilidade do tempo fará com que todas elas venham a se desprender e, levadas pela brisa, voltarem a integrar a terra. Mas o que garantirá que a sua permanência maior junto à flor que veneraram teve merecido valor, terá sido, sem dúvida alguma, o desprendimento, a compreensão e o amor incondicional.

Jamais seria flor, mas serei sempre, com muito orgulho, uma folha muito dedicada ou um espinho aguerrido !

Como dizia o avô de um amigo meu, "Eu aprendi na escola da vida, onde ninguém consegue tirar o diploma"

Obrigado pela oportunidade.

 

(não deixe de ler a colega Marina Alves)

paulo rego
Enviado por paulo rego em 03/06/2013
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